Notícias Destaque em CT&I
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Seg, 18 Dez 2017 18:05:00 -0200
Descoberto detalhe que possibilita a fecundação das plantas
Pesquisa coordenada pelo bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Daniel Scherer Moura, resultou em um importante achado para os estudos da fecundação das plantas. O grupo identificou as proteínas que mantém a integridade do tubo polínico, preservando o material genético masculino.
A fecundação das plantas depende de o grão de pólen ser liberado por uma flor, alcançar outra flor da mesma espécie, e só então fertilizar seu óvulo. Nessa jornada, o grão de pólen - para proteger o material genético masculino que carrega - precisa crescer, se alongar, e virar o que os cientistas chamam de tubo polínico. Até agora, não se sabia exatamente como essa parte da fertilização acontecia.
O estudo que gerou a recente descoberta contou com pesquisadores da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ - USP) e de mais cinco universidades e foi publicado na revista Science.
Veja o vídeo completo, produzido pelo Canal USP, com mais informações sobre a pesquisa, contando com a participação do Professor Daniel Moura e da pesquisadora Tábata Bergonci, ex-bolsista de doutorado do CNPq, sob orientação de Moura.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informações da USP
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Ter, 12 Dez 2017 18:05:00 -0200
Flora do Estado do Acre: samambaias e licófitas
Pela primeira vez, pesquisadores registraram a flora completa sobre samambaias e licófitas para um estado brasileiro, em particular amazônico. Artigo assinado por bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) apresenta a monografia completa de todas as famílias, gêneros e espécies desses grupos de plantas, um registro de 212 espécies, 66 gêneros e 28 famílias.
A publicação Flora de samambaias e licófitas do estado do Acre, Brasil é resultado de um projeto intitulado Mobilizing Taxonomic Specialists: The State of Acre, financiado em parte pela Beneficia Foundation e The New York Botanical Garden (NYBG), dos Estados Unidos, e, da parte do Brasil, pela Universidade Federal do Acre (UFAC) e o CNPq.
A pesquisa foi realizada pelos brasileiros Jefferson Prado (bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq) e Regina Yoshie Hirai (bolsista de Pós-doutorado Júnior do CNPq), ambos do Instituto de Botânica de São Paulo, e pelo americano Robbin Craig Moran, do NYBG. No estudo, são apresentados descrições, chaves de identificação, dados de distribuição geográfica, comentários e ilustrações de quase todos os táxons estudados. O total de espécies de ambos os grupos no Acre representa 40% do total de espécies encontradas na Amazônia brasileira.
Prado explica que as samambaias e licófitas são plantas vasculares, ou seja, que possuem tecidos condutores, e que se reproduzem por propagação vegetativa ou por esporos. Elas são distintas de outras plantas vasculares (gimnospermas e angiospermas) por não possuírem flores, frutos e sementes. "Ocorrem nos mais variados ecossistemas, desde regiões quentes e úmidas, até a periferia de desertos quentes e frios. No Brasil há entre 1.200-1.300 espécies de samambaias e licófitas. Na Amazônia brasileira estima-se um total de 530 espécies de ambos os grupos", informa.
Em 2009, os especialistas já haviam elaborado uma primeira lista das espécies ocorrentes no Acre e, apesar desses dois artigos, os autores acreditam que o estado deve abrigar outras espécies que ainda não foram registradas nesses estudos. "Certamente, nos próximos anos, outras espécies de ambos os grupos serão encontradas à medida que forem feitas mais investigações", afirmou Prado. Segundo ele, os dados ora publicados serão úteis para aqueles que estão trabalhando nesta Flora, bem como em outras floras na Amazônia brasileira, uma vez que as espécies registradas possuem ampla ocorrência na região.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Seg, 04 Dez 2017 18:16:00 -0200
Pesquisa idealizada por bolsista do CNPq desenvolve dicionário em libras
Bolsista do CNPq, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), plataforma aborda a produção de novos sinais com termos técnicos e científicos.
A utilização de tecnologia para difundir conhecimento científico entre as pessoas com deficiência auditiva é a marca da plataforma digital SignWeaver, que apoia a criação e manutenção de dicionários de termos técnico-científicos em Língua Brasileira de Sinais (Libras). A solução baseia-se no uso de uma abordagem computacional inovadora para a produção de novos sinais (palavras) em Libras, de forma parametrizada, ágil e escalável. Os dicionários contêm definições dos principais conceitos técnicos abordados em áreas das Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática (CTEM).
Atualmente, os sinais em Libras para conceitos técnicos são extremamente escassos. Nesse contexto, intérpretes, professores e tutores, esforçam-se para criar novos sinais por meio da organização de comitês locais de discussão, compostos por e pessoas da comunidade surda diretamente interessadas. Os produtos resultantes desses esforços incluem não apenas dicionários, mas também coleções de sinais que podem estar, por exemplo, sob a forma impressa ou em diferentes formatos de mídias digitais.
"Infelizmente, por meio desse tipo de abordagem, verifica-se que sinais completamente distintos entre si podem ser atribuídos a um mesmo conceito técnico, quando intérpretes ou instituições de ensino diferentes realizam este trabalho de forma independente", afirma o professor Flávio Cardeal, um dos idealizadores do projeto. Segundo Cardeal, bolsista de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a ideia de criação da Plataforma surgiu de um doutorado do aluno do Programa de Pós-Graduação em Modelagem Matemática e Computacional do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet -MG), Celso Souza, no qual Flávio é o orientador juntamente com a professora Vera Lima.
Para o desenvolvimento, o projeto contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). Ao todo, cerca de R$56 mil já foram investidos no projeto (bolsas de iniciação científica, mestrado e apoio técnico). "Esse apoio tem sido essencial para o projeto, não apenas financeiramente por meio da concessão de bolsas, mas também pela divulgação de nosso trabalho como o que foi realizado na Mostra Inova Minas FAPEMIG", observa o pesquisador.
A tecnologia da SignWeaver está ainda em desenvolvimento e demanda por investimentos para que seja finalizada e se torne um produto comercializável. Por meio do programa de aceleração de empresas da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg-Lab), as ideias e a tecnologia associadas ao projeto foram lapidadas por profissionais competentes nos diversos campos associados à criação de um novo negócio.
O projeto avançou para a criação de uma spin-off acadêmica denominada SignWeaver e que, portanto, leva o mesmo nome da plataforma digital que está sendo desenvolvida. Pretende-se a partir da experiência no Fiemg-Lab explorar a viabilidade de se criar uma organização que leve adiante o projeto, dando maior estrutura financeira e profissional ao mesmo e, permitindo que o problema da escassez de um léxico específico para termos técnicos em Libras seja atacado da forma devida.
Além do professor Flávio e da Profa. Vera Lima - percussora do trabalho, que atua no tema há quase uma década - também atuam no projeto os orientandos de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Modelagem Matemática e Computacional, Carlos Carneiro e Celso Souza; o linguista Gilberto Goulart e o ex-aluno do curso técnico de eletrônica do Cefet-Mg, Felipe Teixeira.
Com informações da FAPEMIG
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Seg, 04 Dez 2017 14:15:00 -0200
Pesquisadores fazem descoberta inédita de ovos de pterossauros com embriões preservados
Pesquisadores brasileiros e chineses encontraram mais de 300 ovos e centenas de restos de esqueletos de pterossauros na região de Hami, noroeste da China. Trata-se da maior concentração de ovos de vertebrados extintos conhecidos até então e que estavam em um bloco com pouco mais de 3m². O material é procedente de rochas formadas há aproximadamente 100 milhões de anos, período geológico denominado de Cretáceo Inferior, e reúne, além de animais jovens e adultos, os primeiros embriões preservados em três dimensões desse grupo, já encontrados.
Assembleia de ossos e centenas de ovos de pterossauros encontrados na região de Hami (China),parte desta nova descoberta inédita para a paleontologia. Foto: Alexander Kellner.
A descoberta, apresentada na última quinta-feira, 30/11, no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pelo paleontólogo Alexander Kellner, um dos brasileiros integrantes da equipe de pesquisadores na China, foi publicada na edição atual da revista Science.
Segundo Kellner, bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), até então somente se tinha conhecimento de três embriões: dois da China e um da Argentina, todos preservados compactados. "Essa é a primeira vez que embriões são encontrados com os ossos tridimensionais que possibilitaram, inclusive, a elaboração inédita de estudos de seções osteohistológicas - que são lâminas dos ossos - de embriões", salienta o pesquisador.
Os paleontólogos Alexander Kellner do Museu Nacional/UFRJ e Xaolin Wang do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia da China em campo, no momento da descoberta de centenas de ovos e ossos do pterossauro Hamipterus tianshanensis encontrados na região de Hami (China). Foto: Alexander Kellner.
Os pterossauros formam um grupo extinto de répteis alados, que foram os primeiros vertebrados a estabelecerem o voo ativo. Para isso eles desenvolveram um extenso quarto dígito (corresponde ao dedo anular), que se tornou a base de sustentação de uma membrana alar, além de ossos extremamente finos. Desta forma, o seu esqueleto é bem frágil, o que dificulta a sua fossilização.
Pequeno fragmento de osso da mandíbula do pterossauro Hamipterus tianshanensis, descoberta associada a centenas de ovos e outros ossos encontrados na região de Hami (China). Foto: Alexander Kellner.
Analises com tomografia computadorizada demonstraram que nos animais recém-nascidos os ossos vinculados ao voo ainda não estavam bem ossificados, ao contrário dos ossos das pernas. Tal fato sugere que pelo menos essa espécie de pterossauro, denominada de Hamipterus tianshanensis, desenvolveu cuidado parental, tendo os pais que cuidar de sua prole por algum tempo após o nascimento.
Detalhe de uma das lâminas de osso do pterossauro Hamipterus tianshanensis que fizeram parte desta pesquisa, analisadas pelos paleontólogos Juliana Sayão e Renan Bantim da Universidade Federal de Pernambuco. Foto: Juliana Sayão.
Outro ponto importante da descoberta é o fato de que foram encontradas, numa altura de 2,2 metros, oito camadas com concentrações de pterossauros, quatro delas contendo ovos. Cada uma representa um tempo diferente na escala de anos. Isso levou a conclusão de que esses pterossauros eram animais gregários, realizavam a postura de seus ovos em grupo e possivelmente voltavam sazonalmente para a mesma região para porem seus ovos.
Reconstituição em vida de macho, fêmea e filhotes do pterossauro Hamipterus tianshanensis, cuja população foi encontrada na região de Hami (China), contendo ovos, embriões, jovens e adultos numa descoberta inédita para a Paleontologia. Paleoarte: Chuang Zhao.
O público poderá conhecer a nova descoberta em uma pequena exposição com réplicas de parte dos achados que ficarão expostas, no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, Bairro Imperial de São Cristóvão, Rio de Janeiro. O Museu Nacional é primeiro museu do Brasil e a mais antiga instituição científica de História Natural e Antropologia do País, que em 2018 comemora 200 anos de criação.
SERVIÇO
Museu Nacional/UFRJ
Local: Quinta da Boa Vista - Bairro Imperial de São Cristóvão - Rio de Janeiro -- RJ - Brasil
Aberto de terça a domingo, das 10 às 17 horas, e as segundas das 12 às 17 horas [horário de verão]
Ingressos: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)
Gratuidade: crianças até 5 anos e pessoas com deficiência
Entrada gratuita, todos os dias, a partir das 16 horas
Telefone: 21 3938-1100 | 3938-1123 (NAP)
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Ter, 28 Nov 2017 10:17:00 -0200
Bolsista do CNPq recebe prêmio inédito para o Brasil
Bolsista de Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Antônio Ricardo Panizzi, entomologista da Embrapa, recebeu, este mês, o 2017 International Branch Distinguished Scientist Award (Prêmio para Cientista Destaque da Secção Internacional da Sociedade Americana de Entomologia - ESA). Panizzi é o primeiro brasileiro a ser agraciado com tal honraria.
A premiação aconteceu durante a reunião anual da ESA, em Denver, Colorado, no dia 7 de novembro deste ano.
O prêmio é conferido anualmente a pesquisadores com carreira científica de destaque no cenário internacional. Na ocasião, ele proferiu a palestra intitulada "Forty-three years of stink bug research: It's been fun so far" (Quarenta e três anos de pesquisas com percevejos: até agora tem sido divertido!), onde apresentou as principais contribuições dadas em Entomologia durante sua longa carreira como pesquisador.
"Como pesquisador do CNPq há quase 30 anos, fico muito orgulhoso em divulgar esse prêmio como fruto do meu trabalho apoiado pela agência", destaca Panizzi.
Panizzi (à direita) recebe o prêmio do chairman da ESA, Megha Parajulee. Foto: Divulgação
O pesquisador desenvolveu a maior parte da sua carreira de 43 anos como entomologista alocado na Embrapa Soja, em Londrina, PR, e atualmente trabalha na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, sempre pesquisando os percevejos-pragas das grandes culturas. Na sua longa carreira editou 5 livros (3 nos EUA e 2 no Brasil) e publicou 141 artigos em revistas indexadas. Por mais de 25 anos atua como professor-convidado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde leciona uma disciplina e orienta alunos de mestrado e doutorado.
Na Embrapa, além de atuar como pesquisador, participou do Projeto-Labex como cientista visitante para prospectar novas tecnologias e implementar redes de colaboração em pesquisa, junto ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Peoria, Illinois de 2002 a 2004.
Atualmente, está concentrado em desenvolver um projeto de pesquisa para monitorar eletronicamente o comportamento alimentar e danos dos percevejos pelo uso do equipamento conhecido por EPG (electricalpenetrography). O projeto é financiado pelo CNPq.
Panizzi foi Presidente da Sociedade Entomológica do Brasil (SEB) de 2008 a 2012, e é Sócio Honorário da Sociedade. Atualmente é o Delegado Internacional da SEB e membro do seu Conselho Deliberativo. No CNPq, foi membro do Comitê Assessor de Agronomia por quatro vezes, duas como titular e duas como suplente. Teve vários projetos e bolsas aprovados pelo CNPq ao longo da carreira. É pesquisador do CNPq desde 1991.
Coordenação de Comunicação do CNPq
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Seg, 20 Nov 2017 16:59:00 -0200
CNPq apoia pesquisa sobre dados de contagens subaquáticas de peixes
Peixes de ambientes recifais são importantes fontes de recursos alimentares e atrativos turísticos para populações costeiras. Entender como a quantidade de peixes nesses ambientes é distribuída entre diferentes lugares é, portanto, uma questão ecológica e social importante. Cientistas brasileiros acabam de dar um pequeno passo na busca pelo conhecimento de onde peixes se concentram e onde eles são mais escassos nos recifes rasos brasileiros.Peixes de ambientes recifais são importantes fontes de recursos alimentares e atrativos turísticos para populações costeiras. Entender como a quantidade de peixes nesses ambientes é distribuída entre diferentes lugares é, portanto, uma questão ecológica e social importante. Cientistas brasileiros acabam de dar um pequeno passo na busca pelo conhecimento de onde peixes se concentram e onde eles são mais escassos nos recifes rasos brasileiros.
A iniciativa é parte da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha (SISBIOTA-Mar) acaba de ser publicada na revista científica Journal of Fish Biology. O SISBIOTA conta com o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Nos últimos 13 anos, pesquisadores da Rede SISBIOTA-Mar compilaram um grande volume de dados de contagens subaquáticas de peixes, com mais de 4000 amostras distribuídas em 137 sítios e 20 localidades incluindo costa e ilhas oceânicas brasileiras. Isso incluiu recifes desde os trópicos do Maranhão, até as águas frias de Santa Catarina. Com esses dados, os autores foram capazes de estimar quanta biomassa - isto é, o peso disponível de peixes - existe nos diferentes recifes.
Os pesquisadores viram que ilhas oceânicas, em geral, tendem a ter maior biomassa do que recifes costeiros. Locais com maior biomassa ocorreram também na costa, especialmente associados a áreas inacessíveis ou protegidas.
As ilhas de Trindade (ES) e São Pedro e São Paulo (PE), o isolado Parcel de Manuel Luís (MA) e o Arquipélago dos Alcatrazes (SP) foram exemplos de locais com alta biomassa. Outros padrões interessantes foram observados quando os pesquisadores separaram os peixes em grupos funcionais, peixes que se alimentam de recursos similares e que tem tamanho semelhante. Enquanto alguns grupos (grandes predadores ou grandes herbivoros, como bodiões - papagaios) seguiram uma tendência similar à da biomassa como um todo, outros diferiram consideravelmente. Por exemplo, peixes onívoros (que se alimentam de animais ou algas dependendo da disponibilidade no ambiente), se concentraram nas ilhas oceânicas e recifes subtropicais, sendo raros nos trópicos. Pequenos herbívoros (como as donzelinhas), por outro lado, foram abundantes em localidades tropicais bastante rasas (<6m de profundidade). Em conjunto, os resultados do trabalho sugeriram que a quantidade de peixes nos recifes brasileiros provavelmente depende de fatores como temperatura da água, profundidade e isolamento (ou proteção) de impactos humanos.
O estudo, porém, está longe de responder o quanto de peixe existe nas águas rasas. "Para cada questão que resolvemos, cinco ou dez mais aparecem", diz Renato Morais, líder do estudo que foi desenvolvido para sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O trabalho foi supervisionado pelos co-autores, ambos bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq, Sérgio Floeter, também da UFSC, e Carlos E. L. Ferreira, da Universidade Federal Fluminense (UFF). O financiamento para o estudo veio do CNPq, Fapesc e Faperj.
"Ainda precisamos abordar muitas outras questões, como, por exemplo, quais são as causas exatas dessas variações na biomassa de peixes", afirma Floeter. "O trabalho ainda está em andamento e estamos reunindo dados de longo prazo para entender como a biomassa dos peixes varia ao longo dos anos", completa Carlos Ferreira, que também é líder do Programa de Monitoramento de longa duração das comunidades recifais das ilhas oceânicas brasileiras, PELD-ILOC, também financiado pelo CNPq. "Esperamos contribuir com informações que contribuam para o gerenciamento adequado de recursos marinhos brasileiros", finaliza Morais.
Leia o texto completo:
Morais, R.A., Ferreira, C.E.L. & Floeter, S.R. 2017. Spatial patterns of fish standing biomass across Brazilian reefs, Southwestern Atlantic. Journal of Fish Biology, early view. doi:10.1111/jfb.13482.
Coordenação de Comunicação Social
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Ter, 14 Nov 2017 14:36:00 -0200
Vídeo vencedor do "Dance Your PhD" é fruto de pesquisa realizada com apoio federal e estadual
A brasileira Natália Cybelle Oliveira ganhou notoriedade, recentemente, pela conquista do Prêmio Dance Your PhD, promovido pela renomada revista Science. Única representante do Brasil na competição, Natália concorreu na área de Química, categoria voto popular, com o vídeo Pop, Dip and Spin: The Legendary Biosensor for Forensic Sciences, gravado, em parte, no Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde a pesquisadora concluiu o mestrado (2013) e o doutorado (2017).
Na disputa, candidatos de vários países apresentaram suas teses em formato de dança, concorrendo nas categorias de Química, Física, Biologia e Ciências Sociais. O prêmio é um reconhecimento não só da qualidade artística do vídeo, mas, principalmente, de todo o trabalho realizado no Lika, sob orientação do bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), José Luiz de Lima Filho.
No vídeo, Natália, que ingressou este ano no pós-doutorado na UFPE, mostra de forma simples e lúdica como um crime pode ser resolvido pelo uso de tecnologias portáteis, como os biossensores, questões tratadas em sua tese de doutorado intitulada Desenvolvimento de Biossensores para as Ciências Forenses. "Parte do trabalho dela foi financiado por vários projetos do CNPq e pela bolsa que ele obteve pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE)", afirma o professor José Luiz.
O vídeo vencedor de Natália Cybelle já tem quase 100 mil visualizações no Youtube
O trabalho demonstrou o uso de biossensores que podem detectar amostras biológicas em cenas de crime, como sangue, mesmo após a lavagem dessas manchas por materiais de limpeza doméstica, ato freqüentemente realizado por criminosos numa tentativa de esconder vestígios do crime.
O biossensor identifica moléculas específicas, como sequências de ácidos nucléico de fluidos corporais humanos, usando plataformas eletroquímica. Na pesquisa, os biossensores podem detectar DNA de amostras como sangue, sêmen ou saliva.
"Como resultados, o biossensor conseguiu detectar a presença da molécula de DNA específica do sistema, mesmo quando a amostra havia sido imersa em soluções contendo detergente, álcool e água sanitária, com sinais bastantes distintos uns dos outros. A perspectiva agora é desenvolver a plataforma que será usada em campo, o que inclui testes com amostras biológicas reais oriundas de cenas de crime", explica o professor.
Segundo José Luiz, o trabalho foi fruto de vários anos de pesquisa realizada no LIKA, financiados pelos governos federal e estadual, principalmente pelo CNPq, por meio de projetos de editais como o "Universal" e projetos específicos financiados em parceria com o Ministério Saúde.
"Este projeto possui uma grande representatividade não somente pelo prêmio conquistado por uma brasileira, mas demonstra que a interdisciplinaridade e a ciência de qualidade levam a acreditarmos que somos capazes de realizar trabalhos importantes em momentos difíceis. E que o investimento em ciência e tecnologia de qualidade sempre levará as inovações e uma melhor qualidade de vida para nossa população", conclui José Luiz. Segundo ele, graças aos investimentos recebidos, "foi possível realizar este trabalho junto a nossa sociedade, formar recursos humanos de qualidade e melhor a vida de nosso povo".
Natália Cybelle, que é bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), compõe grupos de peritos da Policia Civil do Estado de Pernambuco e continua desenvolvendo os sistemas no laboratório.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informações da UFPE
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Sex, 10 Nov 2017 10:26:00 -0200
Conheça os vencedores do Prêmio MCTIC de Métodos Alternativos
A Comissão Julgadora do Prêmio MCTIC de Métodos Alternativos anunciou nesta sexta-feira (10) os vencedores da sua primeira edição. O prêmio é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para revelar talentos e impulsionar a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a inovação na área de métodos alternativo à experimentação animal, sempre observando o Princípio dos 3Rs (redução, refinamento e substituição, na sigla em inglês).Na categoria Produção Acadêmica, o primeiro lugar ficou com a química Rafaella Regina Alves Peixoto, estudante de pós-doutorado na Universidade de Oviedo, na Espanha. A segunda posição foi concedida ao farmacêutico Michael González-Durruthy, pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), enquanto o terceiro lugar coube à bióloga Maria José Alves da Rocha, professora na Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto.O engenheiro de telecomunicações Hideraldo Brasiel de Filippo foi o vencedor da categoria Desenvolvimento Tecnológico e Inovação. A segunda colocação ficou com o médico veterinário Silvio Henrique de Freitas, professor da Universidade de Cuiabá (Unic). Já o terceiro lugar foi destinado ao farmacêutico Artur Christian Garcia da Silva, mestrando da Universidade Federal de Goiás (UFG)."Houve uma convergência muito grande de opiniões para selecionarmos os projetos vencedores, o que nos dá uma tranquilidade muito grande dos melhores", afirmou a coordenadora da Comissão Julgadora da premiação, Norma Labarthe.Os primeiros colocados de cada categoria serão premiados com R$ 15 mil, enquanto os segundos receberão R$ 7 mil. Já os terceiros ganharão R$ 3 mil. A cerimônia de premiação está marcada para o dia 29 de novembro, com a presença do ministro Gilberto Kassab.
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Sex, 03 Nov 2017 16:51:00 -0200
Pesquisa explica os efeitos deletérios da inatividade física no sistema vascular
Pesquisa desenvolvida pelo doutorando André L. Teixeira e orientado pelo professor Lauro Vianna, bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), recebeu este ano o prêmio International Early Career Physiologist Travel Award, da Sociedade Americana de Fisiologia. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório NeuroVASQ - Fisiologia Integrativa da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (UnB), onde ambos realizam suas atividades.
Prof. Lauro com o doutorando André, em abril deste ano, em Chicago, durante o Congresso de Experimental Biology, onde foram apresentados os resultados do estudo
O estudo teve como principal objetivo investigar o mecanismo fisiológico que a inatividade física provoca disfunção vascular nos membros inferiores em seres humanos. Os resultados demonstram que a disfunção vascular provocada por inatividade física pode ser prevenida por aumento no estresse de cisalhamento (a força que o sangue exerce sobre parede do vaso quando este flui). Desta forma, a redução do estresse de cisalhamento mediado por reduções no fluxo sanguíneo durante o período de inatividade física pode ser um importante mecanismo que explica os efeitos deletérios da inatividade física no sistema vascular.
Com financiamento do CNPq, CAPES e FAP-DF, a pesquisa foi realizada em colaboração com o Dr. Jaume Padilla, da Universidade de Missouri - Columbia, EUA, e publicada no mais importante periódico da área de Fisiologia do Exercício do mundo, o 'Journal of Applied Physiology'. Veja o artigo completo em http://jap.physiology.org/content/123/1/49.long
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Seg, 30 Out 2017 13:19:00 -0200
Baía de Todos os Santos é tema de pesquisa apoiada pelo CNPq
Estudos brasileiros que buscam soluções para remediar áreas costeiras afetadas por derramamentos de petróleo e seus derivados, em particular na Baía de Todos os Santos (BA), resultaram em um capítulo em importante publicação internacional, o livro Oil Spill Environmental Forensics Case Studies (Estudos de Casos Forenses Ambientais de Derrames de Petróleo).
A obra, organizada pelos cientistas Scott Stout e Zhendi Wang, que reúne estudos de vários países, conta com o artigo Investigation of Hydrocarbon Sources and Biotechnologies Applications in Todos os Santos Bay, Brazl (Investigação de Fontes de Hidrocarbonetos e Aplicações de Biotecnologias na Baía de Todos os Santos, Brasil), de autoria de pesquisadores vinculados ao Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo do Instituto de Geociências (IGEO - Universidade Federal da Bahia - UFBA), incluindo bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O estudo apresentado relata mais de uma década de trabalho do Grupo de Pesquisa "Remediação de Áreas Impactadas por Petróleo", credenciado pelo CNPq e liderado pela professora Olívia Maria Cordeiro de Oliveira, bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq nível 2. O artigo é assinado, também, pelos pesquisadores Antônio Fernando de Souza Queiroz (bolsista PQ 2 do CNPq), Ícaro Thiago Andrade Moreira, Danúsia Ferreira Lima (ex-bolsista do CNPq, no mestrado), Carine Santana Silva (bolsista de doutorado do CNPq) e a colombiana Claudia Yolanda Reyes.
Em 2015, esse grupo recebeu uma Menção Honrosa do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, do CNPq/MCTIC, com o trabalho "Desenvolvimento de multibioprocesso de remedição aplicável em áreas costeiras impactadas por atividades petrolíferas ¿ dembpetro".
De acordo com a Olívia Oliveira, "o foco são estudos geoquímicos marinhos que embasam e fundamentam processos a fim de desenvolver bioprodutos de remediação, a nível laboratorial e de bancada", informa. E continua: "Espera-se que, se as técnicas biotecnológicas forem utilizadas de uma forma sequenciada, aumentará significativamente a degradação das diferentes concentrações e composições do petróleo, em menores tempos", conclui a professora.
A relevância dos estudos está no fato de levar em conta uma das mais importantes baias navegáveis da nossa costa tropica, a Baía de Todos os Santos (BTS). Além disso, ela está cercada por uma das maiores áreas metropolitanas do país, onde vivem cerca de 3,6 milhões de habitantes que desenvolvem atividades de pesca, culturais e desportivas, em meio a uma densa industrialização, que impacta na degradação dos ecossistemas costeiros.
Atualmente, a Baía abriga o maior complexo petroquímico do hemisfério sul; indústrias associadas com produtos químicos, metais, alimentos e fertilizantes, além de grandes portos para exportação de produção nacional, explicou a professora.
Mais de dez anos de pesquisa
A titulação "Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo" foi dada ao complexo instrumental/analítico do Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO) do Instituto de Geociências, em 2014, conta a professora, lembrando que as pesquisas que embasam a publicação começaram a ser desenvolvidas desde 2001 na infraestrutura laboratorial.
Profª Olívia Maria Cordeiro de Oliveira, da UFBA, e coordenadora do grupo de pesquisa
Naquele ano, a viabilidade das pesquisas se consolidaram a partir da concessão de recursos para a execução de projetos, direcionadas para a área da Geoquímica do Petróleo, quando integrou cientistas das Regiões Norte-Nordeste e Sudeste, que estiveram reunidos entre 2001 e 2014 na Rede Cooperativa em Recuperação de Áreas Impactadas por Atividades Petrolíferas-RECUPETRO, custeada pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP-CT-Petro-CNPq), contando ainda com apoio financeiro da Petrobras.
A RECUPETRO reuniu mais de 200 pesquisadores de diversas instituições científicas e tecnológicas do país, o que favoreceu sua articulação em nível nacional e internacional. Em 2007, a Petrobras, reconhecendo a competência técnica do grupo de pesquisadores, do Instituto de Geociências da UFBA, apoiou a construção de um espaço que permitiu ampliar o parque analítico do núcleo, tornando-o um centro de apoio técnico e científico às atividades da empresa na Região Nordeste. Em 2009, o grupo foi credenciado junto à ANP, ratificando a competência relacionada com 'Temas Transversais', e evidenciando seu caráter multidisciplinar.
Em 2010, foi firmado um convênio para desenvolvimento do projeto 'Ampliação e Implementação de Infraestrutura do Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO), Região Nordeste do Brasil', permitindo ampliação da sua área física. Recursos oriundos de Projetos financiados pelo CNPq, a exemplo do 'Desenvolvimento de multibioprocesso de remedição aplicável em áreas costeiras impactadas por atividades petrolíferas ¿ DEMBPETRO' têm gerado pesquisas especializadas e direcionadas às temáticas de exploração e meio ambiente. Em 2011, foi firmado convênio para desenvolvimento do Projeto PETROTECMANGUE-BASUL. Tais projetos geraram dissertações de mestrado, teses de doutorado, livros, patentes e etc., a exemplo daquelas divulgadas no capítulo que será publicado.
Em 2014, foi assinado outro convênio para o desenvolvimento do projeto 'Formação do Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo do IGEO/UFBA-GEOQPETROL', que permitiu a ampliação de pesquisas na área de exploração, notadamente voltadas para os estudos geológicos, de geoquímica orgânica e da modelagem geoquímica de sistemas petrolíferos, em bacias sedimentares brasileiras. Parte desses estudos tiveram uma vertente de investigação em parceria com o Centre for Offshore Oil and Gas Environmental Research (COOGER) do Governo Canadense, em forma de parceria estabelecida com fins de integração e cooperação técnica / acadêmica.
Coordenação de Comunicação do CNPq com informações da UFBA
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Qua, 18 Out 2017 15:52:00 -0200
CNPq apoia construção de Veleiro para pesquisas marinhas
O Brasil possui a maior costa tipicamente tropical do planeta, com uma complexa rede de habitats. Apesar disso, apenas 0,4% de toda a área marinha brasileira está incluída em UCs de qualquer natureza. O esforço de alguns agentes do governo federal brasileiro tem procurado aumentar não só a área, mas a efetividade das UCs marinhas.
Uma iniciativa nesse sentido é incentivar a pesquisa científica nas áreas de proteção para melhor conhecer a biodiversidade das regiões e aprimorar as ações de preservação e convivência.
Nesse sentido, foi concebido o Veleiro ECO, uma embarcação de expedições e pesquisas oceanográficas construída pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), construída com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O veleiro tem como madrinha a Dra. Zelinda Margarida de Andrade Nery Leão, bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Além do CNPq, o projeto tem recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
O Veleiro ECO estará de portas abertas durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia SNCT com a temática: O Impacto do Lixo Marinho nos Oceanos. O evento ocorrerá por todo o Brasil de 23 a 29 de outubro de 2017.
O veleiro
A construção do Veleiro ECO começou em 2012, em projeto coordenado pelo professor da UFSC, Orestes Estevam Alarcon, e contou com nove bolsas do CNPq nas modalidades Iniciação Tecnológica Industrial (ITI) e de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI). O objetivo de empreitada foi de aprimorar e expandir as pesquisas oceanográficas do país. Com 60 pés ¿ o equivalente a 20 metros de comprimento - e 5,3 metros de largura, o Veleiro é feito de alumínio naval, material mais econômico e mais fácil para manutenção.
Possui características de segurança e navegabilidade, permitindo expedições científicas de grande porte, incluindo as polares, particularmente a Antártica. A quilha retrátil possibilita a navegação em águas rasas de mangues e estuários de rios, áreas pouco exploradas pelas ciências nacional e internacional. A embarcação possui laboratórios para realizar as primeiras análises dos materiais coletados.
A equipe do Veleiro e seus parceiros científicos irão desenvolver pesquisas em quatro unidades de conservação, todas de proteção integral, a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), a Reserva Biológica Marinha do Atol das Rocas (RN), o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE) e o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (SP), com o objetivo de divulgar esses ambientes e conscientizar a população acerca da fragilidade e importância desses hábitats.
Coordenação e Comunicação Social do CNPq
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Ter, 17 Out 2017 19:02:00 -0200
Pesquisa do INCT da Criosfera sobre mudanças na vegetação antártica recebe prêmio no IX Congresso Latino-americano de Ciência Antártica
O trabalho intitulado "Cambios climáticos y aumento de la vegetación en la Peninsula Fildes, Antártica¿ de autoria da doutoranda Carina Petsch, e dos co-autores Carolina L. Simões, Rafaela M. Costa, Kátia K. da Rosa e Jefferson C. Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e INCT da Criosfera foi premiado na categoria de ¿Melhor Apresentação Oral¿ no IX Congresso Latino-americano de Ciência Antártica, realizado entre 4 - 6 de Outubro de 2017 na cidade de Punta Arenas, Chile.
Carina é orientada por Jefferson Simões, bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e coordenador do INCT, que é apoiado pela agência por meio do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia.
A pesquisa utilizou imagens de satélite para avaliar a variação da área de vegetação na Península Fildes, Ilha Rei George, Antártica. Esta ilha faz parte do arquipélago das Shetlands do Sul, local onde está concentrada grande parte da pesquisa brasileira Antártica e também onde está sendo reconstruída a Estação Científica Brasileira Comandante Ferraz. Trata-se de uma das áreas do Planeta que mais apresentou aquecimento nas últimas décadas e o crescimento da vegetação é uma das respostas a esse aumento de temperatura. O período avaliado na pesquisa é de 1986-2016 e os resultados demonstram que a vegetação dobrou em área chegando a ocupar atualmente 10% da área da Península Fildes. Se o ritmo de crescimento da vegetação permanecer teremos uma Península Fildes ainda mais ¿verde¿ no futuro.
Os INCTs
Criado em 2008, o programa visa agregar, de forma articulada, os melhores grupos de pesquisa na fronteira da ciência e em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do país.
Já contou com três edições lançadas. A primeira contratou 122 projetos, a segunda, em 2010, foi direcionada à área de Ciências do Mar e contratou três projetos e a terceira, atualmente em vigor, reconheceu o mérito científico de 253 propostas, aprovando a contratação de 102 projetos.
As demais ficaram aptas para solicitar o ¿Selo INCT¿, que reconhece a excelência do projeto, mantendo o status de INCT, e as credenciam para solicitar aporte de recursos de outras entidades.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Sex, 13 Out 2017 18:04:00 -0300
Grupo que inclui pesquisadores do CNPq revela a diversidade de plantas da Amazônia
Pesquisa que contou com apoio do CNPq e foi realizada por uma equipe de 44 cientistas dos países amazônicos, da Europa e dos Estados Unidos, foi publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA (PNAS). O artigo revela que a diversidade de plantas da Amazônia envolve 14.003 espécies de plantas com sementes (angiospermas e gimnospermas), das quais pouco menos da metade (6.927 espécies) são árvores. Dos 44 pesquisadores que assinaram o artigo, 26 atuam no Brasil, sendo 21 bolsistas ou ex-bolsistas do CNPq, incluindo 11 bolsistas de Produtividade em Pesquisa (PQ), dentre eles o autor principal, Domingos Cardoso, PQ 2.O estudo foi liderado por Domingos Cardoso, bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq e professor da Universidade Federal da Bahia.
A Amazônia abriga a maior floresta tropical úmida do mundo e seus serviços ecossistêmicos, através dos ciclos biogeoquímicos e regulação do clima, são de valor inestimável para a manutenção do equilíbrio do planeta. Por ser também um dos principais hotspots de biodiversidade, a Amazônia sempre atraiu a atenção de cientistas, conservacionistas e da população mundial.
Quantas espécies de plantas vivem na Amazônia? Essa é uma questão que tem sido muito debatida, com estimativas sobre as plantas com flores (angiospermas) variando de dezenas a centenas de milhares. Mas, como melhor estimamos a diversidade nesta região icônica antes que ela seja perdida para sempre? Dados básicos sobre catalogação da biodiversidade são fundamentais para tomar decisões importantes sobre as estratégias de conservação e uso sustentável, bem como para estudar os processos evolutivos e ecológicos que moldaram a extraordinária biodiversidade das florestas amazônicas.
Apesar disso, estudos que objetivam desvendar a origem, a evolução e a ecologia dessa região hiperdiversa têm sido limitados pela falta de sistematização de informações básicas, como a composição de espécies de plantas que compõem a flora amazônica. Uma pesquisa que contou com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e foi realizada por uma equipe de 44 cientistas dos países amazônicos, da Europa e dos Estados Unidos, foi publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA (PNAS). O artigo Amazon plant diversity revealed by a taxonomically verified species list revela que a diversidade de plantas da Amazônia envolve 14.003 espécies de plantas com sementes (angiospermas e gimnospermas), das quais pouco menos da metade (6.927 espécies) são árvores.
Dos 44 pesquisadores que assinaram o artigo, 26 atuam no Brasil, sendo 21 bolsistas ou ex-bolsistas do CNPq, incluindo 11 bolsistas de Produtividade em Pesquisa (PQ), dentre eles o autor principal, Domingos Cardoso, PQ 2[1]. ¿A reunião desse catálogo só foi possível graças ao esforço feito pelo Brasil para apoiar trabalhos em biodiversidade, incluindo a formação de taxonomistas e suporte a coleções, como o propiciado por programas apoiados pelo CNPq, como o PROTAX, REFLORA e SISBIOTA¿ afirma explica Luciano Paganucci de Queiroz, orientador de Domingos, um dos autores do artigo e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq nível 1A.
"As estimativas anteriores eram muito díspares. Um trabalho publicado em 2016 estimava o número de árvores em cerca de 14.000, baseado em bancos de dados e modelagem, mas a lista que eles se basearam era muito suja, contava como amazônicas árvores da Mata Atlântica (como o pau-brasil), da Caatinga, da África (como a Moringa), da Austrália (como espécies de Acacia), etc.", explica o pesquisador. Além disso, segundo Luciano, o estudo também considerou plantas que são cultivadas como medicinais como o boldo, que é uma planta do Chile, e pequenas ervas como espécies de carrapicho (Desmodium sp.) como árvores. "Enfim, faltou uma revisão da lista por taxonomistas", completou.
Segundo o pesquisador, um diferencial desse estudo foi o uso da informação taxonômica atualizada e verificada por centenas de taxonomistas de todo o mundo que compõem catálogos nacionais, como é o caso da Flora do Brasil 2020. "Essas plataformas digitais representam o acúmulo de centenas de anos de trabalhos de campo na região e o esforço de centenas de taxonomistas", comenta Tiina Särkinen, do Jardim Botânico de Edimburgo, outra das líderes desse estudo. Recursos como esse catálogo taxonomicamente certificado fornece uma base sólida para o estudo das respostas dessa floresta a mudanças climáticas e outras mudanças ambientais.
Os autores destacaram que a publicação desta nova lista não significa que a flora amazônica seja completamente conhecida. Muitas novas espécies de plantas são descobertas todos os anos, tanto no campo como nas coleções de museus e herbários, e grande parte da vastidão da Amazônia continua ainda pouco conhecida ou inexplorada. As diferenças entre as estimativas anteriores e os números apresentados neste novo estudo não diminui, de forma alguma, o valor da diversidade da Amazônia, mas enfatiza as grandes lacunas no seu conhecimento. A falta de conhecimentos taxonômicos, coleções de plantas e estudos de longo prazo limitam nossa capacidade de conservar e utilizar os recursos da biodiversidade, uma lacuna que esse estudo está contribuindo para preencher.
Histórico e perspectivas
Luciano aponta que este não é um projeto muito antigo, mas os estudos que possibilitaram essa compilação remontam ao final da década de 1990 quando centenas de taxonomistas de todo o mundo se associaram para produzir a primeira Lista da Flora do Brasil, uma iniciativa apoiada pelo REFLORA. Esse projeto evoluiu para um mais ambicioso, que está em curso, que é a Flora do Brasil 2020, coordenado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espera-se, agora, que o estudo da Flora Amazônica se converta em um sítio na web onde pesquisadores podem contribuir com atualizações à medida que forem ocorrendo.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
[1] Os autores que atuam no Brasil são: José Rubens Pirani PQ 1A, Rafaela Forzza PQ 1C, João Renato Stehmann PQ 1D, Renato Mello-Silva PQ 1D, Alessandro Rapini PQ 1D, Renato Goldenberg PQ 1D, André Amorim PQ 2, Pedro Fiaschi PQ 2, Nádia Roque PQ 2, Marcelo Trovó PQ 2, Gustavo Heiden ex-bolsista de iniciação científica (IC) e mestrado, João Iganci ex-bolsistas de IC e pós-doutorado, Haroldo Cavalcante de Lima ex-bolsista de pós-doutorado, Anderson Machado ex-bolsista de IC, Pedro Luis Rodrigues de Moraes, ex-bolsista de mestrado e pós-doutorado, Leandro Lacerda Giacomin ex-bolsista de doutorado, Gustavo Shimizu ex-bolsistas de doutorado, Teonildes Sacramento Nunes ex-bolsista de IC, Charles Zartman (natural dos EUA) ex-bolsista pós-doutorado, além dos brasileiros Rubens Manoel dos Santos, Marcos Sobral e Pedro Lage Viana.
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Ter, 10 Out 2017 18:19:00 -0300
CNPq apoia Workshop sobre Doutorado Acadêmico Industrial
A Universidade Federal do ABC (UFABC) promoveu na tarde desta terça-feira, 10, workshop de apresentação dos projetos desenvolvidos no âmbito do Programa de Doutorado Acadêmico Industrial (DAI). O Programa é uma parceria da UFABC com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para desenvolver pesquisas envolvendo a universidade e centros de pesquisa de empresas e indústrias privadas ou públicas.
Durante o workshop foram apresentados 18 projetos de doutorado em andamento pelo programa, representando pesquisas desenvolvidas junto a empresas como a Suzano Papel e Celulose, General Motors, Mercedes Benz, Thissenkrupp, avançadosAll Washed Lavanderia Industrial , entre outros.
O DAI foi implantado na UFABC, de forma pioneira, como um projeto piloto, com 20 bolsas de doutorado e a primeira tese foi defendida do final de agosto deste ano.
O programa com a UFABC foi renovado com o CNPq até 2023. Além disso, está em vias de assinatura um novo acordo, com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) prevê 10 bolsas de doutorado.
Coordenação de Comunicação do CNPq.
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Seg, 09 Out 2017 18:07:00 -0300
Pesquisadores brasileiros publicam artigo em importante periódico inglês
Um estudo realizado no Laboratório de Eletroquímica de Materiais Avançados da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (LEMA/GEEP/UFMS) desenvolveu uma técnica baseada na difusão cruzada de dois íons metálicos que, quando submetidos a uma diferença de potencial, são depositados num fio fino de ouro. A deposição permite que as diferentes concentrações geradas pela difusão em direções opostas sejam 'congeladas no tempo'. Assim, obtém-se uma amostra que tem todas as composições possíveis de um sistema binário, o que permite uma sensível economia de tempo e material na análise de combinações metálicas.
O trabalho é resultado do projeto de doutorado de Vitor A. Ruffo, orientado pelo bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Prof. Giuseppe Câmara, e foi publicado no prestigiado periódico inglês "Journal of Materials Chemistry A", da Royal Society of Chemistry.
Além da bolsa do Prof. Giuseppe, a infraestrutura de equipamentos utilizados foi adquirida em parte com apoio do CNPq por meio de chamadas públicas de anos anteriores.
A pesquisa foi realizada com um tipo de abordagem conhecido como 'química combinatória', mas, segundo o Prof. Giuseppe, até o momento a obtenção simultânea de múltiplas composições se limitava ao uso de canhões metalizadores, que são equipamentos de alto custo, e portanto, restringiam as pesquisas a poucos centros do mundo.
"A abordagem desenvolvida no LEMA pode ser executada com equipamentos de baixo custo, que são encontrados em praticamente qualquer laboratório de química, o que pode permitir que o número de cientistas envolvidos nas pesquisas relacionadas à química combinatória aumente de forma exponencial nos próximos anos", explica o professor.
O artigo foi assinado por Vitor - que foi bolsista do CNPq no mestrado e concluiu o doutorado com bolsa da CAPES -, o Prof. Giuseppe e outros dois pesquisadores franceses, Marian Chatenet e Alexandre Crisci, que contribuíram na etapa de microanálise dos materiais produzidos.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Qui, 05 Out 2017 09:22:00 -0300
Pesquisa publicada na revista Scientific Reports vincula sucesso reprodutivo de baleias-franca à disponibilidade de krill
A recuperação das baleias-franca se dá principalmente pela abundância do krill antártico no entorno das ilhas Geórgias do Sul, e migra, a cada ano, para a costa brasileira durante o período reprodutivo. Essa é uma das principais conclusões do estudo da pesquisadora Elisa Seyboth, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que contou com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).As baleias-franca austrais Eubalaena australis, assim como outras espécies de baleias, migram sazonalmente entre áreas de alimentação e reprodução. Elas permanecem em altas latitudes durante o final da primavera e o verão, se alimentando e acumulando reservas energéticas, e em áreas costeiras subtropicais durante o outono e o inverno, onde acasalam e dão à luz aos seus filhotes. Essa espécie vem, lentamente, se recuperando da intensa caça, cessada no Brasil no ano de 1973, que a levou à beira da extinção.
A recuperação das baleias-franca se dá principalmente pela abundância do krill antártico no entorno das ilhas Geórgias do Sul, e migra, a cada ano, para a costa brasileira durante o período reprodutivo. Essa é uma das principais conclusões do estudo da pesquisadora Elisa Seyboth, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que contou com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico Scientific Reports, do grupo Nature, intitulado Southern right whale (Eubalaena australis) reproductive success is influenced by krill (Euphausia superba) density and climate, assinado por outros quatro pesquisadores brasileiros, sendo dois bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq, além do australiano Keith Reid.
De acordo com Elisa Seyboth, uma das populações de baleias-franca se alimenta, principalmente, do krill Antártico Euphausia superba, e as baleias costumam se concentrar especialmente no litoral de Santa Catarina entre os meses de junho e outubro. Nesse trabalho, observou-se a partir de uma série temporal de 16 anos, que o número de filhotes nascidos a cada temporada reprodutiva da população está relacionado com a disponibilidade de krill na área de alimentação no verão anterior, bem como com anomalias climáticas que afetam a disponibilidade desse recurso no ambiente. Isso confirmou a hipótese de que o sucesso reprodutivo da espécie é afetado pelo estresse nutricional ao qual os indivíduos adultos estão sujeitos em função de variações nas condições ambientais e, consequentemente, na quantidade de alimento disponível.
Seyboth explica que o krill é a espécie de zooplâncton chave do ecossistema Antártico e representa o elo de transferência de energia entre os produtores primários fitoplanctônicos e os predadores de níveis tróficos superiores, como focas, pinguins e outras espécies de baleias. Sua biomassa tem forte relação positiva com a disponibilidade de gelo marinho. Há uma previsão, conforme publicação na revista Nature, de que a frequência de eventos extremos do fenômeno El Niño duplicará nas próximas décadas. Dada a relação de eventos El Niño com a redução do gelo marinho, essa previsão sugere uma tendência de redução na biomassa de krill, o que é desfavorável para as espécies que dependem desse recurso alimentar.
Além disso, o krill se tornou a espécie mais explorada, em peso, pelas atividades pesqueiras no Oceano Austral. Em alguns setores desse oceano, há uma grande sobreposição entre os locais de pesca de krill e as áreas de alimentação de alguns de seus predadores. O efeito sinérgico destas mudanças climáticas com a pesca do krill na Antártica pode comprometer a lenta recuperação da baleia-franca e de outras espécies de baleias intensamente caçadas no passado.
Os resultados encontrados no referido estudo demonstram a necessidade de ações políticas internacionais, no âmbito do Tratado Antártico, voltadas à medidas de gestão da pesca do krill visando à conservação da baleia-franca e de todas as espécies que dependem diretamente do krill para sua sobrevivência. A Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR) é responsável pela determinação de ações de conservação e manejo que levam em conta o ecossistema marinho da Antártica, incluindo as espécies que dependem do krill como recurso alimentar.
Sobre a pesquisa
Essa pesquisa contou com o apoio do CNPq por meio da concessão de bolsas de estudo e pesquisa para alguns dos co-autores envolvidos e foi viabilizada por uma parceria entre o ECOMEGA e o Instituto Australis - Projeto Baleia Franca e teve a contribuição do Dr. Keith Reid, que gerencia a divisão científica da CCAMLR. Também está alinhada ao escopo do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) e objetivos das pesquisas conduzidas pelos projetos INTERBIOTA e Baleias, (Chamada Nº 64/2013 - MCTI/CNPq/FNDCT-Ação Transversal - Programa Antártico Brasileiro concessões 407889/2013-2 e 408096/2013-6, respectivamente) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Antártico de Pesquisas Ambientais (INCT-APA) (concessão 574018/2008-5).
Elisa Seyboth é oceanógrafa, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Oceanografia Biológica da FURG, sob orientação e co-orientação de outros dois autores do artigo, o Prof. Eduardo R. Secchi, bolsista PQ 1D, o Prof. Luciano Dalla Rosa, bolsista PQ 2.
Também assinaram o artigo os pesquisadores Karina Groch e Paulo Flores.
Coordenação de Comunicação Social
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Seg, 02 Out 2017 13:59:00 -0300
Frutas pouco conhecidas têm alto poder anti-inflamatório e antioxidante
As frutas conhecidas como bacupari-mirim, araçá-piranga, cereja-do-rio-grande, grumixama e ubajaí ainda não ganharam fama, nem espaço nos supermercados. Se depender de suas propriedades bioativas, em questão de tempo elas poderão estar não só disputando espaço nas gôndolas como ganhando posição no ranking dos alimentos da moda.
A grumixama é uma das frutas estudadas pelo grupo de pesquisadores
Além dos valores nutricionais, as cinco frutas nativas da Mata Atlântica têm elevadas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Foi o que verificou uma pesquisa desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de La Frontera, no Chile.
"Não havia muito conhecimento científico sobre as propriedades dessas frutas nativas. Agora, com os resultados do nosso estudo, a ideia é fazer com que elas sejam produzidas por agricultura familiar, ganhem escala e cheguem aos supermercados. Quem sabe elas não se tornam um novo açaí?", disse Severino Matias Alencar, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Esalq, se referindo ao sucesso comercial da fruta amazônica com grande quantidade de antioxidantes e que hoje tem a polpa exportada pelo Brasil para vários países.
O estudo contou com o trabalho de bolsistas de Produtividade em Pesquisa (PQ) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Seus resultados foram publicados na revista PLOS ONE. Além de Alencar, bolsista PQ 1D do CNPq, também assinaram o artigo Pedro Luiz Rosalen, bolsista PQ 1B, além de outros três pesquisadores brasileiros.
No estudo, foram avaliados os compostos fenólicos - estruturas químicas que podem ter efeitos preventivos ou curativos - e os mecanismos anti-inflamatórios e antioxidantes do extrato de folhas, sementes e polpa de quatro frutas do gênero Eugenia e uma do gênero Garcinia: araçá-piranga (E. leitonii), cereja-do-rio-grande (E. involucrata), grumixama (E. brasiliensis), ubajaí (E. myrcianthes) e bacupari-mirim (Garcinia brasiliensis), todas típicas da Mata Atlântica.
Como elas são espécies difíceis de serem encontradas e algumas estão em risco de extinção, as plantas foram fornecidas por dois sítios localizados no interior de São Paulo. As duas propriedades comercializam as plantas com o objetivo de preservação da coleção. Um dos produtores possui a maior coleção de frutas nativas do Brasil, somando mais de 1,3 mil espécies plantadas.
"Começamos nosso estudo prospectando as propriedades bioativas das frutas, pois sabíamos que elas poderiam ter boa quantidade de antioxidantes, assim como são as chamadas 'berries' americanas, como o mirtilo, a amora e o próprio morango, muito conhecidas pela ciência. Mas nossas frutas nativas se mostraram ainda melhores", disse Alencar.
De acordo com o estudo, as espécies do gênero Eugenia têm um vasto potencial econômico e farmacológico evidenciado não só pelo número de publicações científicas, mas também pela exploração comercial de suas frutas comestíveis, madeira, óleos essenciais e uso como plantas ornamentais.
Elas são exemplos de alimentos funcionais, que, além das vitaminas e valores nutricionais, têm propriedades bioativas como o combate aos radicais livres - átomos instáveis e altamente reativos no organismo que se ligam a outros átomos, provocando danos como envelhecimento celular ou doenças.
"O organismo tem naturalmente antirradicais livres, que neutralizam e eliminam os radicais livres do corpo, sem causar dano. Porém, fatores como idade, estresse e alimentação podem promover um desequilíbrio nessa neutralização natural. Nesses casos, é preciso contar com elementos exógenos, ingerindo alimentos que tenham agentes antioxidantes como os flavonoides, as antocianinas do araçá-piranga e das outras frutas do gênero Eugenia", disse Pedro Rosalen, da Faculdade de Odontologia da Unicamp em Piracicaba.
O pesquisador ressalta que há cerca de 400 espécies pertencentes ao gênero Eugenia distribuídas pelo Brasil, incluindo várias espécies endêmicas. "Temos uma imensidão de frutas nativas com compostos bioativos que trariam benefícios para a saúde da população. É preciso estudá-las", disse.
Alencar é um dos pesquisadores do projeto "Bioprospecção de novas moléculas anti-inflamatórias de produtos naturais nativos brasileiros¿, coordenado pelo professor Rosalen.
Campeão contra inflamação
As frutas estudadas no projeto com elevada atividade antioxidante para serem usadas em indústrias de alimentos e farmacêuticas também tiveram pesquisadas as capacidades anti-inflamatórias. A grande estrela foi a araçá-piranga, como demonstraram em artigo publicado no Journal of Functional Foods.
"A araçá-piranga, espécie ameaçada de extinção, teve a melhor atividade anti-inflamatória em comparação com a de outras frutas do gênero Eugenia", disse Rosalen. "O mecanismo de ação também é muito interessante, pois ocorre de forma espontânea e logo no começo da inflamação, impedindo uma via específica do processo inflamatório. Ela age também no endotélio dos vasos sanguíneos, evitando que os leucócitos transmigrem para o tecido agredido, reduzindo a exacerbação do processo inflamatório"
Rosalen destaca que os antioxidantes não têm como função única combater o envelhecimento ou a morte celular, mas a prevenção de doenças mediadas por processo inflamatório crônico. "A ação oxidante dos radicais livres também significa o surgimento de doenças inflamatórias dependentes, como diabetes, câncer, artrite, obesidade, doença de Alzheimer", disse.
"Não percebemos muitas dessas lesões provocadas pelos radicais livres. São as inflamações silenciosas. Por isso, é importante a ação de sustâncias antioxidantes, que podem neutralizar os radicais livres", disse Rosalen.
As pesquisas colaborativas, apoiadas pela FAPESP e pela Universidad de La Frontera, também permitiram ampliar o conhecimento sobre espécies nativas do Chile. Em um dos estudos, os autores demonstraram a atividade antioxidante e vasodilatadora da murtilla (Ugni molinae), uma fruta nativa do país.
No estudo publicado na Oxidative Medicine and Cellular Longevity, os pesquisadores destacam que o uso de preparações alimentares obtidas a partir de frutas e folhas da murtilla pode ter efeitos benéficos na prevenção e, possivelmente, no tratamento de sintomas de doenças cardiovasculares.
Alencar destaca que conhecer melhor as propriedades pode se mostrar uma boa alternativa para estimular a produção das frutas nativas.
"Antes do projeto com a Universidad de La Frontera, eu e o professor Pedro Rosalen já estudávamos as frutas nativas, pois acreditamos que elas podem revelar ótimas soluções alimentares para a sociedade", disse.
O artigo Antioxidant and Anti-Inflammatory Activities of Unexplored Brazilian Native Fruits, de Juliana Infante, Pedro Luiz Rosalen, Josy Goldoni Lazarini, Marcelo Franchin e Severino Matias de Alencar (https://doi.org/10.1371/journal.pone.0152974), pode ser lido em http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0152974.
Fonte: Agência FAPESP
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Seg, 25 Set 2017 19:36:00 -0300
Trabalhos de Iniciação Científica premiados durante o Seminário de Pesquisa do ICMBio
No início do mês, de 11 a 14 de setembro, foi realizado o IX Seminário de Pesquisa e IX Encontro de Iniciação Científica do ICMBio - 10 anos de aprendizado em pesquisa para a conservação, na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília. A realização dos dois eventos conjuntamente visa transformar a dispersão territorial da atuação do ICMBio em uma oportunidade de formação e troca de conhecimentos e experiências. São reunidos pesquisadores, gestores e estudantes que atuam em todo o país, em agendas variadas relacionadas à conservação da biodiversidade.
Na ocasião, foram premiados os quatro melhores trabalhos de iniciação científica, um programa instituído no ICMBio a partir de parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Neste ano, foi feita uma inovação na Avaliação final dos trabalhos de Iniciação Científica do ciclo 2016/2017 do PIBIC/ICMBio ¿ todos os 37 trabalhos foram apresentados de formal oral e avaliados individualmente e cuidadosamente por membros dos Comitês Institucional e Externo do PIBIC/ICMBio, na véspera do início do Seminário. Os trabalhos foram divididos em duas salas que tinham apresentações concomitantes durante todo o dia. Cada sala contou com uma equipe composta por 6 avaliadores e uma facilitadora para conduzir o trabalho.
Os trabalhos de iniciação científica também foram apresentados na sessão de painéis do Seminário de Pesquisa, com o objetivo de compartilhar o trabalho realizado com o público geral do evento e da Sede do ICMBio.
Os estudantes e respectivos trabalhos de Iniciação Científica premiados foram:
1º lugar: Paulo Henrique da Paixão Salles (Bolsa de Contrapartida Institucional), com o trabalho intitulado "Diagnóstico da invasão por coral sol (Tubastraea spp.) associada a impactos de grandes empreendimentos em ambientes estuarinos da Resex Marinha Baía do Iguape, Recôncavo Baiano", desenvolvido na Reserva Extrativista Marinha Baía de Iguape/BA.
Contato: paulo.salles.paixao@hotmail.com
2º lugar: André Lucas Santana Campos (Bolsa do CNPq), com o trabalho intitulado "Ocorrência sazonal da anurofauna em cavidades naturais ferruginosas das serras do Gandarela e do Rola Moça, MG", desenvolvido no Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV).
Contato: andre.campos2@hotmail.com
3º lugar: Tomás Ribeiro Pires de Amorim (Bolsa de Contrapartida Institucional), com o trabalho intitulado "Ocupação humana e padrão de ocorrência de jaqueiras: decifrando o processo de transformação da paisagem e disseminação de uma espécie exótica no Parque Nacional da Tijuca ¿ PNT", desenvolvido no Parque Nacional da Tijuca/RJ.
Contato: tomasrpa@hotmail.com
4º lugar: Vanessa Sousa Gomes (Voluntária), com o trabalho intitulado "Avaliação da Ocorrência de Focos de Calor na Reserva Extrativista Tapajó-Arapiuns no Período de 2009 à 2016", desenvolvido na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns/PA.
Contato: vanessa.eng@live.com
Estudantes premiados durante o IX Seminário de Pesquisa e IX Encontro de Iniciação do ICMBio. Da esquerda para a direita: Tomás Amorim, Paulo Salles, André Lucas Campos e Vanessa Gomes.
O PIBIC/ICMBio
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do ICMBio - PIBIC/ICMBio teve início a partir da parceria estabelecida com o CNPq e objetiva contribuir com o desenvolvimento de pesquisas e a formação de recursos humanos para a pesquisa aplicada à conservação da biodiversidade e gestão de unidades de conservação.
Desde 2008 já foram realizados 269 trabalhos de Iniciação Científica, em 42 unidades (centros especializados ou unidades de conservação) do Instituto e em 19 unidades federativas do país. No novo ciclo, iniciado em agosto, o Programa conta com 18 bolsas do CNPq, 15 bolsas de Contrapartida Institucional e 5 trabalhos sendo desenvolvidos na modalidade voluntária.
De acordo com a Coordenadora de Programas Acadêmicos do CNPq, Lucimar Batista de Almeida, os projetos dos bolsistas de iniciação científica e tecnológica são, em sua maioria, de altíssima qualidade. "Muitos são co-autores de artigos em periódicos internacionais com seus orientadores e nós sempre orientamos as coordenações dos programas institucionais sobre a importância dos bolsistas terem conhecimento de toda a cadeia da pesquisa", informou a coordenadora."No caso específico do evento no ICMBio, ele possibilitou que os bolsistas de IC ampliassem seus conhecimentos, inclusive quanto aos desafios do setor nas unidades de pesquisa", completou Lucimar.
Para representante Institucional do PIBIC no ICMBio, Dra. Katia Torres Ribeiro, "o programa é importante ferramenta de apoio às atividades de pesquisa para conservação oferecida aos servidores do Instituto, e para implementação das linhas de pesquisa prioritárias que compõem o Plano Estratégico de Pesquisa e Gestão da Informação em Biodiversidade do ICMBio". Segundo, ela, é também importante oportunidade de formação de alunos nessa agenda transversal, que integra várias áreas do conhecimento. "O diferencial desse PIBIC é, sobretudo, possibilitar aos estudantes de graduação a experiência de realizar pesquisa científica aplicada à gestão das unidades de conservação federais e à conservação da biodiversidade e do conhecimento tradicional associado e à proteção do patrimônio espeleológico do país", explica.
Segundo Kátia, nesses poucos anos, a qualidade dos trabalhos vem sendo aprimorada de modo perceptível, a partir da revisão e melhoria contínuas dos processos de seleção de propostas, acompanhamento e avaliação dos trabalhos desenvolvidos. Ela cita dois exemplos recentes desse aperfeiçoamento: a adição de uma etapa de revisão das propostas, a partir de retorno cuidadoso por parte da Comissão de Seleção do edital, e aprovação das propostas condicionada ao atendimento das solicitações de ajustes e adequações; e a implantação de apresentações orais, para possibilitar uma avaliação final mais cuidadosa e justa.
"Estas duas alterações ampliam o caráter formativo do Programa, tanto para os alunos como para os pesquisadores, porque é um desafio grande elaborar projetos de pesquisa em temas que requerem várias áreas do conhecimento. Nesse sentido, outra importante alteração foi a ampliação do Comitê Interno, trazendo profissionais que atuam em áreas mais sociais", finaliza.
O Seminário anual de pesquisa do ICMBio, ao ser realizado junto ao Encontro de Iniciação Científica, tem o propósito de ampliar esta percepção da complexidade, bem como da beleza da gestão ambiental para este conjunto de parceiros. Com isso, o programa de bolsas alia-se a outras iniciativas institucionais de envolvimento da sociedade na gestão da biodiversidade, como o voluntariado, uso público, interpretação ambiental e outros, cada um com seu papel, tempo de realização e contribuição direta à gestão.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
Foto: Elizabeth Martins/ICMBio
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Sex, 22 Set 2017 10:37:00 -0300
Projeto leva conhecimento científico às escolas públicas do Rio Grande do Sul
Disseminar o conhecimento científico produzido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e incentivar crianças de escolas públicas a buscarem novos conhecimentos através da prática científica são os objetivo do projeto desenvolvido pela pesquisadora Angela Wyse, Profa Titular do Departamento de Bioquímica da UFRGS e pesquisadora 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).Disseminar o conhecimento científico produzido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e incentivar crianças de escolas públicas a buscarem novos conhecimentos através da prática científica são os objetivos do projeto desenvolvido pela pesquisadora Angela Wyse, doutora em bioquímica, Professora Titular do Departamento de Bioquímica do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da UFRGS e pesquisadora 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Como acadêmica interessada em educação, Angela Wyse desenvolve um projeto de difusão da ciência em uma escola pública de Porto Alegre para crianças do ensino Infantil, visando à popularização e o incentivo à ciência. Recentemente, criou uma disciplina no Programa de Pós-Graduação (PPG) em Bioquímica intitulada ¿Conectando o PPG Bioquímica da UFRGS ao ensino básico público¿ com o objetivo de estimular os pós-graduandos a desenvolver atividades teórica/práticas nas Escolas Públicas.
Segundo a pesquisadora, o que se busca é estimular a capacidade crítica, criativa e a interdisciplinaridade, bem como contribuir com uma melhor qualidade de vida ao falar, por exemplo, sobre a propriedade da água e o uso adequado dessa substância que é essencial à vida. "Através dessas oficinas, estamos estimulando o gosto pela ciência e pelo estudo, bem como o contato de nossos pós-graduandos com a sociedade", afirmou.
O projeto envolve bolsistas de iniciação científica e pós-graduandos de mestrado e doutorado. O grupo realiza quatro oficinas por semestre na escola, sempre priorizando os menores. A cada novo encontro, as crianças recebem um avental branco, luvas e um par de óculos de material sintético. Wyse diz que, aos poucos, elas aprendem que o trabalho em laboratório exige uma série de cuidados que são fundamentais para a experiência, tanto para evitar acidentes quanto para preservar os experimentos. "Nosso principal objetivo é tornar o ensino de Ciências e, por conseguinte, o estudo, mais prazeroso para as crianças".
No outro lado da atividade de extensão nas escolas, os alunos de pós-graduação, com pouca experiência didática e com terminologias científicas mais sofisticadas, precisam se adaptar e adequar a linguagem para haver a comunicação com as crianças. Para a pesquisadora, eles aprendem a tornar a ciência mais popular, simplificando a linguagem e, por conseguinte, se tornam mestres e doutores com maior comprometimento social.
Como a experiência na escola estava sendo muito interessante para as crianças e para os pós-graduandos do grupo de pesquisa, Wyse decidiu estender as atividades para todos os alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, onde é Coordenadora substituta. Criou uma disciplina no PPG denominada "Conectando o PPG de Bioquímica ao Ensino Básico: dos laboratórios à Escola", com o objetivo de disseminar o conhecimento científico a partir de experimentações e contato com alunos, pós-doutores e professores da pós-graduação da UFRGS (tutores). Além disso, a disciplina estimula os vínculos entre a pesquisa de instituições acadêmicas e a comunidade do Ensino Básico, envolvendo a participação dos alunos da PPG em Bioquímica, de outras PPGs da UFRGS e de outras Universidades em palestras, oficinas temáticas e/ou laboratórios itinerantes para os estudantes do Ensino Básico de Escolas Públicas. A disciplina tem caráter interdisciplinar e os grupos podem ser formados por alunos de diferentes PPGsda UFRGS ou de outras Universidades.
Angela Wyse acredita que essa disciplina desempenha um papel chave em divulgar o método científico nas escolas de ensino básico, "as quais vêm recebendo pouca atenção tanto na teoria como na prática, bem como aproxima o pós-graduando e o PPG à sociedade e à interdiciplinaridade". Salienta que todo pós-graduando de qualquer PPG pode se matricular e desenvolver as oficinas relacionando ao seu PPG, desde que um professor de sua área seja seu tutor, ou seja, ambos poderão fazer parte da disciplina, o que colabora com a interdisciplinaridade que é tão importante para todos os saberes.
Para saber mais, acesse http://ocerebroeseusmisterios.weebly.com/
Contato da Profª Angela: wyse@ufrgs.br
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
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Seg, 18 Set 2017 15:49:00 -0300
Doutorado Acadêmico Industrial tem primeira defesa de tese
Há quatro anos, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) iniciou, em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), um projeto piloto para concessão de bolsas de Doutorado Acadêmico Industrial (DAI). No final de agosto deste ano, no Campus de Santo André (SP), a primeira tese dessa modalidade foi defendida. Com o título "Estudo e caracterização de compósito de polipropileno e pó de pneu para utilização na indústria automotiva", ela trata do desenvolvimento de material para encapsulamento de motores para redução de ruído.Há quatro anos, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) iniciou, em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), um projeto piloto para concessão de bolsas de Doutorado Acadêmico Industrial (DAI).
A proposta é desenvolver projetos que resultem de um período passado pelo aluno em laboratórios e centros de pesquisa de empresas e indústrias privadas ou públicas. Após a elaboração e aprovação do estudo desenvolvido nessa fase inicial (Pré-Doutorado), o aluno é matriculado no curso regular vinculado ao DAI. O diploma dos ingressantes por esse sistema é idêntico ao dos demais alunos que passam pelos processos seletivos tradicionais dos programas de pós-graduação da Universidade.
No final de agosto deste ano, no Campus de Santo André (SP), a primeira tese dessa modalidade foi defendida. Com o título "Estudo e caracterização de compósito de polipropileno e pó de pneu para utilização na indústria automotiva", ela trata do desenvolvimento de material para encapsulamento de motores para redução de ruído. O produto, desenvolvido pela aluna Kelly Cristina de Lira do Doutorado Acadêmico Industrial (DAI) em Nanociências e Materiais Avançados, se iguala em desempenho aos sistemas usualmente empregados, com as vantagens de propiciar custo de produção 1/3 menor, redução de peso e uso de material reciclado (pó de pneu).
Após concluir o mestrado como bolsista do CNPq, Kelly Cristina defendeu a primeira tese de douturado do DAI
O professor Fabio Furlan, orientador da aluna na UFABC, conta que Kelly havia sido aprovada no programa regular para o doutorado, mas houve a opção pelo DAI, "o que trouxe um grande ganho para a carreira dela e ampliou oportunidades" ¿ afirma. Segundo ele, um dos aspectos destacados pelos integrantes da banca julgadora foi se tratar de uma tese que apresenta um produto final e que poderá substituir com ganhos uma peça atualmente em uso. Furlan aponta o bom andamento da parceria com a Mercedes Benz como outro fator importante para o sucesso na conclusão do trabalho: "sempre fomos bem atendidos e as conversas foram bastante claras, tanto no âmbito científico quanto no jurídico ¿ mesmo esbarrando em questões de sigilo, conseguimos realizar o estudo e caracterização dos materiais utilizados na concepção da peça" ¿ destaca o orientador.
De acordo com o coordenador do DAI, professor Erik Gustavo del Conte, há 25 projetos do programa em andamento na UFABC, com 29 empresas e mais de 70 docentes credenciados. Ele ressalta que o apoio do CNPq na concessão de 20 cotas de bolsas tem sido fundamental para o êxito do DAI, desde o início do curso em 2013. Segundo Erik, concomitante ao marco da primeira defesa de tese do DAI, a Universidade assinou a renovação por mais cinco anos do acordo de cooperação com o CNPq para manutenção do Programa.
"Também estamos readequando normas internas para aperfeiçoar a comunicação entre os envolvidos e o controle de projetos e divulgando um mapeamento com empresas, estudos, doutorandos e docentes participantes" ¿ explica o coordenador. Ele revela que outro aprimoramento em análise é a viabilidade da realização de estágios em centros de pesquisa das empresas parceiras no exterior.Renovação e expansão
O programa com a UFABC foi renovado com o CNPq até 2023. Além disso, está em vias de assinatura um novo acordo, com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) prevê 10 bolsas de doutorado.
"O programa estimula o desenvolvimento de linhas de pesquisas integradas aos desafios do segmento industrial mantendo a perspetiva de produção científica de alto impacto", explicou o diretor de Cooperação Institucional do CNPq, José Ricardo de Santana.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informações da UFABC