Agraciados

 

PESQUISADORES EMÉRITOS

Foto do Ruth Sonntag Nussenzweig

Ruth Sonntag Nussenzweig

2013

  • Ruth entrou na Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em 1948 e formou-se em 1953. Durante o estudo universitário iniciou um projeto de pesquisa no Departamento de Parasitologia chefiado pelo Prof. Samuel Pessoa com a colaboração de Victor Nussenzweig. Antes de se formar, trabalhou vários anos no Departamento de Parasitologia o problema da transmissão da doença de Chagas pela transfusão sanguínea e sua prevenção.

    Em 1958, fez o pós-doutorado no Collège de France. Voltou ao Brasil por um curto período em 1960 quando trabalhou na Escola Paulista de Medicina no Departamento de Microbiologia (Prof. Otto Bier). Em 1963 foi para Nova York trabalhar com o Dr. Zoltan Ovary e o Dr. Baruch Benacerraf no "New York University Medical Center". Em abril de 1964 tentou voltar para a Escola de Medicina da USP, mas naquela época o clima político não era nada favorável à pesquisa.

    No final de 1964 voltou ao "NYU Medical Center" tendo sido indicada para Professora Assistente (1965), Professora Associada (1968) e Professora Plena (1972). Em 1976 foi indicada Professora Titular e Chefe da Divisão de Parasitologia do Departamento de Microbiologia, e, em 1984, Professora Titular do Departamento de Parasitologia Médica e Molecular.

    Desenvolveu várias pesquisas sobre a transmissão e prevenção da Malária e da Doença de Chagas. Sua maior contribuição para a ciência foi a demonstração, em roedores, de que uma vacina contra a malária é possível, contrariando os dogmas da época. Esse trabalho foi uma mudança de paradigma no campo de estudos da malária e levou-a a National Academy of Sciiences (USA). 


Foto do Zilton de Araújo Andrade

Zilton de Araújo Andrade

2011

  • Nascido em Santo Antônio de Jesus, estado da Bahia, no ano 1924, Zilton de Araújo Andrade diplomou-se em Medicina em 1950, pela Faculdade de Medicina, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 1951 a 1953 fez treinamento como Residente no Departamento de Patologia da Universidade de Tulane, na cidade de Nova Orleans, USA. Em 1956, obteve título de doutor pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP). Foi Pesquisador Visitante (1961) no Hospital Mount Sinai e Professor Visitante (1971) da Cornell University Medical College, ambos em New York, e Pesquisador Titular da FIOCRUZ, no período de 1984-1994.

    Atualmente, trabalha na FIOCRUZ-BA, onde é Chefe do Laboratório de Patologia Experimental (LAPEX) e Professor Permanente dos cursos de Pós-graduação em Patologia Humana (UFBA-FIOCRUZ) e em Imunologia (UFBA), orientando dissertações de Mestrado e teses de Doutorado, além de projetos de Iniciação Científica. Seus principais interesses em pesquisa dizem respeito a modelos experimentais de fibrose e cirrose hepáticas, especialmente relacionados à patologia das doenças parasitárias. Durante suas atividades publicou mais de 300 trabalhos científicos em revistas nacionais ou internacionais, 37 capítulos de livros, orientou 36 Dissertações de Mestrado e 14 Teses de Doutorado. Prestou continuados serviços como assessor para a Organização Mundial da Saúde (Scientific Working Groups de Esquistossomose, Doença de Chagas e Parasitologia), na CAPES (Presidente da área médica), no CNPq (Comitês Assessores) e na FIOCRUZ (Conselho Técnico Científico).

    Entre muitos prêmios e homenagens, Zilton foi Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia em 1985, ano em que ganhou também o Prêmio o Nacional de Ciência e Tecnologia, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). É Membro Honorário da American Society of Tropical Medicine and Hygiene (1990). Em 1995 foi Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e se tornou Sócio Emérito da Sociedade Brasileira de Patologia. Em 2004 Zilton se tornou Membro Titular da Academia de Medicina da Bahia e no ano seguinte obteve a Grã Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Em 2006 se tornou Membro da Academia Brasileira de Ciências e em 2009 foi eleito Membro Honorário Nacional da Academia Nacional de Medicina, Rio de Janeiro.


Foto do Evando Mirra

Evando Mirra

2011

  • Formado em Engenharia Mecânica e Elétrica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1965, Evando Mirra possui vasta experiência nas áreas de transformações de fase nos materiais, interação gás-metal e engenharia de superfícies. Obteve o Doutorado em Ciências em 1972, na Universidade de Paris/Orsay, e trabalhou na École des Mines de Paris e no Centre de Recherches Nucléaires de Saclay, sobre evoluções estruturais e propriedades mecânicas dos metais de estrutura hexagonal-compacta.

    Foi um dos criadores do Curso de Pós-Graduação em Metalurgia da UFMG, onde se dedicou ao ensino, pesquisa e à inovação tecnológica em cooperação com empresas. Em 1984 estudou Gestão da Qualidade e Produtividade com W. Edwards Deming na George Washington University e participou da missão ao Japão que deu origem ao primeiro programa brasileiro da Qualidade. Foi pesquisador visitante nas universidades de Berkeley, Tóquio e Compiègne. De 1994 a 1996 trabalhou em rede cooperativa de pesquisas para caracterização e análise de superfícies em materiais na França, quando foi eleito Membre d´Honneur da Société Française de Métallurgie et de Matériaux.
    Dirigiu o Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC) em 1997-1998 e foi presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) de 1999 a 2001. Entre muitas homenagens recebidas, destaca-se que Mirra foi Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 1998, Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico em 2001 e recebeu o Prêmio Pan-americano de Engenharia em 2010. Professor Emérito da UFMG e membro da Academia Brasileira de Ciências, Mirra faz parte atualmente do corpo de analistas do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos em Ciência, Tecnologia e Inovação (CGEE).


Foto do Gabriel Cohn

Gabriel Cohn

2011

  • Gabriel Cohn possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1964), e doutorou-se em Sociologia pela USP (1971). Sua trajetória acadêmica divide-se em duas fases. Na primeira (1965 a 1987), concentrou-se inteiramente na Sociologia, na qual sua atenção passou da análise do desenvolvimento social e político aos fundamentos teóricos. Na segunda (1988-2008) passou a dedicar-se à Ciência Política, com crescente atenção aos problemas da Sociologia Política. Na fase inicial da carreira, na segunda metade dos anos 1960, integrou-se no grande projeto de pesquisa sobre condições sociais da industrialização no Brasil, dirigido por Florestan Fernandes com direta colaboração de Fernando Henrique Cardoso. O foco das pesquisas do grupo de que participou era a sociologia do desenvolvimento. Sob a orientação de Octavio Ianni, analisou a política do petróleo até a criação da Petrobrás. O trabalho converteu-se em livro, Petróleo e nacionalismo (1968).

    A partir de 1966 foi incumbido, por Florestan Fernandes e Octavio Ianni, da criação de uma área de estudo e pesquisa na qual a USP se revelaria pioneira, sobre os meios de comunicação e da cultura de massa. Nessa área fez o doutorado, na qual resultou o livro, Sociologia da Comunicação - teoria e ideologia (1973). Mais adiante, concentrou-se em questões de teoria social, com livre-docência sobre Max Weber, que resultou em livro em 1979, com nova edição em 2002, baseada na edição argentina de 1998, Crítica e resignação - Weber e a teoria social. Afora coletânea de textos com primeira edição em 1971 (Comunicação e Indústria Cultural) organizou outras, igualmente muito duradouras, sobre clássicos da Sociologia, sobre Weber e sobre Adorno.

    O sociólogo vem se dedicando ao pensamento social brasileiro, com textos dos quais o mais atual é o Prefácio à edição de Os donos do poder, de Raymundo Faoro (2008). Na área institucional, dirigiu e presidiu a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo entre 1983 e 1985, período em que também exercia a presidência da Associação dos Sociólogos do Estado de São Paulo. Entre 2004 e 2006 ocupou a presidência da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs). De 2006 há 2008 (até a aposentadoria compulsória) foi diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e membro do Conselho do Instituto de Estudos Avançados - IEA da USP.


Foto do Dermeval Saviani

Dermeval Saviani

2010

  • Nascido em Santo Antonio de Posse, estado de São Paulo, no ano de 1944, graduou-se em Filosofia, em 1966, e doutorou-se em Filosofia da Educação, em 1971, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Entre 1994 e 1995 realizou pós-doutorado nas universidades italianas de Pádua, Bolonha, Ferrara e Florença. Dermeval leciona no ensino superior há mais de 40 anos e atualmente é professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). O coordenador geral do grupo de estudos e pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" já foi laureado com os prêmios Medalha do Mérito Educacional do Ministério da Educação; Prêmio Zeferino Vaz de produção científica; e Prêmio Jabuti em Educação, no ano de 2008.

    Possui ampla experiência na área de Educação, com ênfase em Filosofia e História da Educação, atuando principalmente em temas como educação brasileira, legislação do ensino e política educacional, história da educação, história da educação brasileira, historiografia e educação, história da escola pública, pedagogia e teorias da educação. Sócio-fundador de instituições como a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, Centro de Estudos Educação e Sociedade, Associação Nacional de Educação e Sociedade Brasileira de História da Educação, coordenou a pós-graduação em educação na Universidade Federal de São Carlos, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e UNICAMP.

    Ministrou cursos de pós-graduação como professor visitante em várias universidades federais, a exemplo da Universidade de São Paulo (USP). Também lecionou em duas universidades argentinas, no programa de pós-graduação da Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO) e na Universidade do Centro da Província de Buenos Aires. Autor de 31 livros, 62 capítulos e 80 prefácios de livros, orientou 36 dissertações de mestrado e 54 teses de doutorado, já defendidas, além de supervisionar nove projetos de pós-doutorado concluídos. Foi membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo entre 1984 e 1987. Integrou importantes corpos de assessoria científica, como da CAPES, CNPq, INEP e FAPESP, além de ser membro do Conselho Editorial das principais revistas de educação do país.


Foto do Helga Iracema Landgraf Piccolo

Helga Iracema Landgraf Piccolo

2010

  • Sócia titular do Instituto Histórico de São Leopoldo e da Academia Brasileira de História, descendente de alemães, Helga nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no ano de 1932. Estudou Geografia e História, concluindo o bacharelado em 1952 e a licenciatura em 1953, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com especialização em Didática do Ensino Superior pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), em 1970, e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Professora emérita desde 2000, Helga já orientou 21 trabalhos, entre dissertações de mestrado e teses de doutorado.

    Vencedora do Prêmio Gerdau em 1978, já publicou 150 textos entre artigos, livros, capítulos de livros e prefácios, destacando-se: "História Política do Rio Grande do Sul no século XIX. Da descolonização à consolidação da República"; "Imigração alemã no Rio Grande do Sul no século XIX e o processo de construção de identidade"; "A vida política no século 19. Da descolonização ao movimento republicano"; "O autoritarismo de Júlio de Castilhos a Getúlio Vargas: a gauchização da política brasileira no pós 1930"; "Revolução de 30: Indicações Bibliográficas"; "A visão da Revolução Federalista no Congresso Nacional"; "Coletânea de discursos parlamentares da Assembléia Legislativa da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, Volume 2"; e "O Rio Grande do Sul e a independência do Brasil".

    Organizadora da obra "História Geral do Rio Grande do Sul, Volume 2, Império", Landgraf foi a primeira gaúcha a receber o título de doutora em História, coordenou os cursos de pós-graduação na área, durante a década de 1970, no Rio Grande do Sul. Agraciada pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul com a medalha "Mérito Farroupilha", em setembro de 2009, também é sócia corres- pondente do Instituto Histórico e Geográfico (IHG) Brasileiro e do IHG de Santa Catarina, além de membro do conselho do Memorial do Rio Grande do Sul e sócia da Associação Nacional de História (ANPUH) e da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica (SBPH), além de ser uma das fundadoras da Associação Nacional dos Professores Universitários de História.


Foto do João Lúcio de Azevedo

João Lúcio de Azevedo

2010

  • Nascido em São Paulo, capital, no ano de 1937, é professor titular aposentado da USP e membro de corpo editorial de diversas publicações, entre elas o Brazilian Journal of Microbiology, Scientia Agrícola e Electronic Journal of Biotechnology, além de revisar vários periódicos do Brasil e exterior. Graduado em Engenharia Agronômica pela USP, em 1960, doutorou-se em Agronomia também pela USP, no ano de 1962, e Genética pela University of Sheffield, nove anos mais tarde, em 1971. Realizou pós-doutorado na University of Nottingham, em 1979, e na University of Manchester, em 1988.

    Desenvolveu pesquisas com genética de fungos, voltadas à estabilização de linhagens de interesse agrícola e industrial e melhoramento genético de espécies, usadas no controle biológico de pragas agrícolas. Em 1990, iniciou uma linha de pesquisa sobre microrganismos endofíticos. Introduziu no Brasil, as técnicas de fusão de protoplastos e utilização de processos parassexuais no melhoramento genético de fungos. Preocupou-se em formar recursos humanos em genética de microrganismos de interesse agroindustrial, tendo orientado cerca de 170 mestres e doutores.

    Implantou e organizou laboratórios e cursos de pós-graduação em genética e biotecnologia, entre outros, na Universidade de Brasilia, Universidade Estadual de Campinas, Universidade Federal de Goiás e na Universidade de Mogi das Cruzes. Representou o Brasil na Conferência sobre Armas Biológicas da Organização das Nações Unidas, em 1986; presidiu a Sociedade Brasileira de Genética por duas vezes, entre 1984 e 1986, e 1996 e 1998; foi Diretor da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da USP, entre 1991 e 1995 e membro do Conselho Consultivo do Instituto Agronômico de Campinas e membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, entre outros.

    Recebeu diversos prêmios e títulos, destacando-se o Prêmio Schering de Microbiologia, o Prêmio Cavaleiro da Ordem do Cálice, Engenheiro Agrônomo do ano de 1991, o Prêmio Frederico de Menezes Veiga, concedido pela Embrapa, o Prêmio Fundação Bunge "vida em obra" de 2009, Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e Grã-Cruz do Mérito Científico e Tecnológico, além de ser membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).


Foto do Adib Domingos Jatene

Adib Domingos Jatene

2009

  • Adib Domingos Jatene nasceu em Xapuri, no Acre em 1929. Graduou-se em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Deu continuidade em sua pós-graduação na mesma faculdade da USP. Trabalhou no Hospital das Clínicas e para o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde, onde atuou como cirurgião. Nessa época, organizou o laboratório experimental e de pesquisa, desenvolvendo e construindo o primeiro aparelho coração-pulmão artificial do Hospital das Clínicas, que evoluiu para um grande Departamento de Bioengenharia.


    Organizou a Oficina de Bioengenharia, onde foram estudados, planejados e desenvolvidos vários instrumentos e aparelhos, sendo alguns originais. Entre as várias contribuições na área de bioengenharia, inclui os oxigenadores de bolhas e de membrana, a válvula de disco basculante, produzidos industrialmente hoje sob licença e utilizados no país e exterior. Tem também importantes contribuições no campo da cirurgia de revascularização do miocárdio e da cirurgia de cardiopatias congênitas. Ainda descreveu a técnica de correção de transposição dos grandes vasos da base, conhecida hoje como Operação de Jatene, a qual tem sido empregada, com sucesso, nos vários Serviços de Cirurgia Cardíaca em todo o mundo.

    Com tantos trabalhos publicados, Jatene é hoje membro de 32 Sociedades Científicas de várias regiões do mundo e recebeu 178 títulos e honrarias de mais de 10 países. Foi secretário de Saúde do município de São Paulo e duas vezes Ministro da Saúde. Em 1998 foi admitido na Ordem Nacional do Mérito Científico, na classe Grã-Cruz, tendo seu mérito reconhecido.


Foto do Antonio Paes de Carvalho

Antonio Paes de Carvalho

2009

  • Nascido no Rio de Janeiro em 1935, Antonio Paes de Carvalho formou-se médico pela Faculdade Nacional de Medicina da UFRJ (1959), com Doutorado em Biofísica (1961). Pós-doutorado na State University de New York (1961-4). Livre-docente pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Biofísica, 1964). Professor Titular de Biofísica e Fisiologia na UFRJ (1977). Guggenheim Fellow e Professor Convidado no Harvard-MIT Health Sciences and Technology Program e na Columbia University (1978-79).


    Iniciou-se na experimentação orientado por Carlos Chagas Filho e Brian Hoffman. Realizou o primeiro estudo da eletrofisiologia cardíaca do nódulo átrio-ventricular (Nature, 1958) e das vias especializadas de condução nos átrios. Sua maior contribuição científica foi o conceito dualista do potencial de ação do músculo cardíaco, com duas respostas excitáveis superpostas, complementares e separáveis (Nature, 1965).


    Foi Sub-Reitor de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ (1971-2), Membro do Conselho Federal de Educação (1972-1980) e Diretor do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (1980-5). Desde então dedicou-se ao desenvolvimento da interface Ciência-Empresa, sendo co-fundador e Presidente da Fundação Bio-Rio (Pólo de Biotecnologia do Rio de Janeiro). Fundou e presidiu a BIOMATRIX S/A, primeira empresa brasileira de biotecnologia vegetal (1985-90). Presidente da ABRABI ¿ Associação Brasileira das Empresas de Biotecnologia (1986-2006). Presidente da EXTRACTA Moléculas Naturais S/A (1998-presente), dedicada ao uso do Patrimônio Genético em biodiversidade química para a Saúde. Recebeu o Prêmio LAFI em 1969 e o Prêmio ABIF em 1974. Membro da Academia Brasileira de Ciências (1965) e da Academia Nacional de Medicina (1980).


    Agraciado com a Medalha de Ouro Pio XI, pela Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, em 1980. Comendador (1996) e Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (2005). Doctor Honoris Causa pela Universidad de Buenos Aires em 1997. Professor Emérito da URFJ em 2004.


Foto do Darcy Fontoura de Almeida

Darcy Fontoura de Almeida

2009

  • Darcy Fontoura de Almeida nasceu no Rio de Janeiro em 1930. Graduou-se pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil em 1954, especializou-se em transporte celular, pelo Instituto Superior de Saúde, em Roma, e em citoquímica pela Postgraduate Medical School de Londres, na Inglaterra, como bolsista do CNPq. Cumpriu, ainda, um aperfeiçoamento em autorradiografia na Universidade Livre de Bruxelas. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro obteve os títulos de livre-docência (Biofísica), em 1965, Professor Titular em 1984 e Professor Emérito em 2001. Foi consultor científico da UNESCO, em 1967-68 e eleito Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, em 1980.


    Um dos precursores da genética de microrganismos no país, criou o laboratório de Fisiologia Celular em 1970, para estudo do controle genético de funções celulares. Identificou os genes ftsH, hoje AAA, e dinM em E. coli e participou do projeto de vacinas orais contra E. coli enterotoxigênica. Iniciou, em 1988, numa ação individual e pioneira, o processo de fundação do Laboratório de Bioinformática (LABINFO) no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). Em 2000 o LABINFO coordenou o projeto GeneBrasil/CNPq, para o sequenciamento completo do genoma da Chromobacterium violaceum. A nova Unidade de Genômica Computacional do LNCC ganhou o seu nome (2008). Também foi importante nome para a divulgação científica, sendo co-fundador das revistas Ciência Hoje (CH), CH das Crianças, do Informe CH e do Jornal da Ciência.


    Entre as homenagens, o cientista ganhou o Prêmio José Reis de Divulgação Científica, com a revista Ciência Hoje, em 1983. Foi comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico em 2000. Recebeu a medalha Carlos Chagas Filho do Mérito Científico pelas relevantes contribuições em ciência, tecnologia e cultura, em 2002, e a medalha de Honra ao Mérito da V Jornada Científica do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, em 2002.