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Ter, 12 Dez 2017 18:05:00 -0200
Flora do Estado do Acre: samambaias e licófitas
Pela primeira vez, pesquisadores registraram a flora completa sobre samambaias e licófitas para um estado brasileiro, em particular amazônico. Artigo assinado por bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) apresenta a monografia completa de todas as famílias, gêneros e espécies desses grupos de plantas, um registro de 212 espécies, 66 gêneros e 28 famílias.
A publicação Flora de samambaias e licófitas do estado do Acre, Brasil é resultado de um projeto intitulado Mobilizing Taxonomic Specialists: The State of Acre, financiado em parte pela Beneficia Foundation e The New York Botanical Garden (NYBG), dos Estados Unidos, e, da parte do Brasil, pela Universidade Federal do Acre (UFAC) e o CNPq.
A pesquisa foi realizada pelos brasileiros Jefferson Prado (bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq) e Regina Yoshie Hirai (bolsista de Pós-doutorado Júnior do CNPq), ambos do Instituto de Botânica de São Paulo, e pelo americano Robbin Craig Moran, do NYBG. No estudo, são apresentados descrições, chaves de identificação, dados de distribuição geográfica, comentários e ilustrações de quase todos os táxons estudados. O total de espécies de ambos os grupos no Acre representa 40% do total de espécies encontradas na Amazônia brasileira.
Prado explica que as samambaias e licófitas são plantas vasculares, ou seja, que possuem tecidos condutores, e que se reproduzem por propagação vegetativa ou por esporos. Elas são distintas de outras plantas vasculares (gimnospermas e angiospermas) por não possuírem flores, frutos e sementes. "Ocorrem nos mais variados ecossistemas, desde regiões quentes e úmidas, até a periferia de desertos quentes e frios. No Brasil há entre 1.200-1.300 espécies de samambaias e licófitas. Na Amazônia brasileira estima-se um total de 530 espécies de ambos os grupos", informa.
Em 2009, os especialistas já haviam elaborado uma primeira lista das espécies ocorrentes no Acre e, apesar desses dois artigos, os autores acreditam que o estado deve abrigar outras espécies que ainda não foram registradas nesses estudos. "Certamente, nos próximos anos, outras espécies de ambos os grupos serão encontradas à medida que forem feitas mais investigações", afirmou Prado. Segundo ele, os dados ora publicados serão úteis para aqueles que estão trabalhando nesta Flora, bem como em outras floras na Amazônia brasileira, uma vez que as espécies registradas possuem ampla ocorrência na região.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq