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Sex, 19 Jul 2019 17:20:00 -0300
CNPq fala sobre mulheres na ciência
A proporção de mulheres que publicam artigos científicos cresceu 11% no Brasil nos últimos 20 anos e, hoje, elas publicam quase a mesma quantidade que os pesquisadores homens (49%). No entanto, publicações de áreas como Computação e Matemática têm mais do que 75% de homens na autoria dos trabalhos. Esse cenário, dados do Relatório Gender in the Global Research Landscape de 2017, foi apresentado pela Diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Adriana Tonini, em palestra realizada esta semana, no 13º Women in Information Technology, durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, em Belém (PA).
O Women in Information Technology é uma iniciativa da SBC para discutir os assuntos relacionados a questões de gênero e a Tecnologia de Informação no Brasil ¿ histórias de sucesso, políticas de incentivo e formas de engajamento e atração de jovens, especialmente mulheres, para as carreiras associadas à TI.
Em sua participação, a Profª Adriana falou do programa Mulher e Ciência do CNPq, apresentando os principais resultados já obtidos. As ações buscam diminuir distorções ainda existentes da participação feminina na ciência. Segunda a diretora, ¿a participação das mulheres na C&T aumentou de forma global no Brasil, mas ainda identificamos dois tipos de segregação: horizontal: poucas mulheres em áreas do conhecimento específicas; e vertical: sub-representação de mulheres em postos de prestígio e poder, incluindo as carreiras consideradas femininas¿.
Dentre as ações destacadas por Adriana estão as chamadas focadas na atração de Meninas e Jovens para áreas de ciências exatas, engenharias e computação e o projeto ¿Pioneiras da Ciência¿, com 7 edições lançadas. Além disso, encontros e prêmios envolvendo das questões de gênero e ciência também foram realizados.
A diretora ressaltou que o CNPq já lançou duas chamadas de apoio a projetos de pesquisa com o objetivo de proporcionar o interesse e o acesso de meninas do Ensino Médio nas áreas de Ciências Exatas, Engenharias e Computação. A primeira, em 2013, selecionou 325 propostas e a segunda, em 2018, 78 propostas. Além disso, a professora lembrou que o CNPq incluiu a possibilidade de prorrogação de bolsas em caso de parto e adoção para as modalidades de Mestrado, Doutorado, Pós-doutorado e Produtividade em Pesquisa (PQ); e aprovou a inclusão dos dados de nascimento e adoção dos filhos na Plataforma Lattes.
O professor da Universidade de São Paulo (USP). José Carlos Maldonado, bolsista PQ 1A do CNPq, da área de Computação, estava presente na palestra e apontou a importância das ações do CNPq para o aumento da participação de mulheres na pesquisa e desenvolvimento em áreas estratégicas para o país. ¿Esse cenário fortalece as ações da Sociedade Brasileira de Computação que há mais de 10 anos promove atividades de atração de mulheres para a Computação como o evento WIT e o Programa Meninas Digitais, atividades essas que induziram ações mais amplas por todo o Brasil e América Latina. Os 11 projetos de Computação contemplados recentemente, distribuídos nas diversas regiões do país, já evidenciam alto índice de impacto social¿, completou.
Também presente no evento, o pesquisador Alex Sandro Gomes, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), enfatizou o trabalho da Diretora do CNPq na tomada de consciência do papel da mulher na produção de conhecimento na relação entre ciência e tecnologia e inovação no Brasil. ¿Na sua liderança demonstrada hoje na exposição, demonstra a sua capacidade de liderança e de articulação com colegas da academia e jovens cientistas¿, enfatizou Alex Sandro, bolsista DT 2 do CNPq.