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Ter, 23 Jul 2019 13:21:00 -0300
Nota de pesar: Prof. Rocha Campos
O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e a ciência do país perderam, nessa segunda-feira, 22, um grande representante, com o falecimento do pesquisador Antonio Carlos Rocha Campos, aos 82 anos. Rocha Campos foi o mais notório pesquisador brasileiro sobre a Antártica e contribuiu para a implantação do Proantar. O professor também foi o único brasileiro a presidir o Scientific Commiittee on Antarctic Research (SCAR). O sepultamento vai ocorrer nesta terça-feira, às 15 horas, no Cemitério do Santíssimo Sacramento, em São Paulo.
Em sua trajetória, Rocha Campos ajudou o Brasil a ser membro pleno do Tratado da Antártica e auxiliou na formação de centenas de pesquisadores. A partir de 1983, coordenou a parte científica do Proantar e integrou todos os organismos envolvidos com as atividades antárticas nacionais. Suas atividades científicas abrangem duas linhas de pesquisa principais, relacionadas à sedimentação glacial pré-pleistocênica e paleontologia do Neopaleozóico do Brasil.
"Ele impulsionou a pesquisa antártica de qualidade mundial no Brasil e foi fundamental para o Proantar. Até a Revista Antártica Brasileira ele lançou na Academia Brasileira de Ciências", reforça o coordenador-geral de Oceanos, Antártica e Geociências do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Andrei Polejack. A professora Wânia Duleba, da Universidade de São Paulo (USP), destacou que Rocha Campos ajudou na formação de vários pesquisadores brasileiros em início de carreira. "Perdi meu mentor científico e uma pessoa fantástica."
Nascido em Araras (SP), Rocha Campos graduou-se em Geologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP), em 1960. Iniciou suas atividades acadêmicas, no Departamento de Geologia e Paleontologia, FFCL/USP, em 1961, onde doutorou-se em 1964 e obteve o título de Livre-Docente, em 1969. Ele também integrou diversas organizações científicas nacionais diversas, como a Sociedade Brasileira de Paleontologia , Sociedade Brasileira de Geologia e Academia Brasileira de Ciências.
No Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, criou o Centro de Pesquisas Antárticas, do qual foi diretor e promoveu inúmeras edições do Simpósio Brasileiro de Pesquisas Antárticas, que pode ser considerado o principal evento científico da pesquisa brasileira na Antártica.
No exterior, estagiou, na qualidade de Pesquisador Visitante (pós-doutorado), na Universidade de Illinois, City University of New York, Universidade de Minnesota, no American Museum of Natural History, Natural Museum of Natural History e United States Geological Survey, EUA, e na Universidade de Estrasburgo, França.
Com informações da ASCOM/MCTIC