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Qua, 17 Jun 2020 11:37:00 -0300
Museu em Pernambuco divulga a importância das Ciências Nucleares
Coordenado pela Profª Helen Khoury, do Departamento de Energia Nuclear da UFPE e bolsista do CNPq, o Museu recebe milhares de visitantes por ano e busca popularizar e desmistificar a ciência nuclear entre os jovens.Muitos talvez não saibam, mas a Energia Nuclear está diretamente ligada à criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Nas origens da sua concepção, o CNPq, que nasceu Conselho Nacional de Pesquisas, foi criado para promover e estimular o desenvolvimento da investigação científica e tecnológica em qualquer domínio do conhecimento, mas com especial interesse no campo da física nuclear. Assim, cabia ao CNPq incentivar a pesquisa e a prospecção das reservas existentes, no Brasil, de materiais apropriados ao aproveitamento da energia atômica.
No contexto do pós-guerra, a evolução técnica e científica na área nuclear era fator estratégico importante e emergente na geopolítica entre Estados. O Almirante Álvaro Alberto, idealizador fundador e primeiro presidente do CNPq, ainda em 1951, ano de criação do Conselho, representou o Brasil na Comissão de Energia Atômica da ONU com a formulação e defesa da tese das "compensações específicas", que estabelecia o direito ao acesso à tecnologia nuclear para fins pacíficos para os países possuidores de matéria prima com potencial atômico.
No entanto, ainda hoje, a energia nuclear é vista com receio e preconceitos. Essa foi a percepção da professora do Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Helen Khoury, que motivou a criação do Museu de Ciências Nucleares, que, em maio deste ano, completou 10 anos. Único no país, o Museu tem o propósito de popularizar e desmistificar a ciência nuclear, apresentando sua importância e a segurança da sua aplicação no dia a dia das pessoas.
O Museu de Ciências Nucleares completa 10 anos em 2020 e recebe, em média, 6 mil visitantes por ano. Foto: Divulgação.
Helen Khoury, bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e coordenadora do Museu, explica que a ideia da criação do museu surgiu quando ao receber, no Departamento, estudantes durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia que perguntavam apenas sobre bombas ou reatores. "Entendi que era preciso mostrar as aplicações pacíficas das radiações ionizantes, relacionadas à geração de eletricidade, medicina nuclear, radioterapia, conservação de alimentos, aplicações industriais e ambientais", aponta a professora.
Para a construção do Museu, além de recursos do próprio Departamento de Energia Nuclear, a professora contou com apoio do CNPq na elaboração de material de exposição a partir de projeto aprovado em 2009. O espaço conta, também, com apoio constante da Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) com bolsas para monitores, além de outros auxílios do CNPq para participação em eventos e na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
Ao longo destes 10 anos de existência, o Museu de Ciências Nucleares tem tido um papel importante na educação do estado pernambucano, com atividades lúdicas, interativas e educacionais. Com cerca de seis mil visitantes anuais, incluindo pessoas de outros estados e até de outros países, projetos em parceria com a Secretaria de Educação de Pernambuco já contribuíram com a capacitação de professores de escolas públicas estaduais para as áreas de ciências, além de receber alunos de vários municípios pernambucanos.
A professora Helen conta, com orgulho, de vários casos de jovens visitantes que foram estimulados e motivados a seguirem caminhos nas áreas de Engenharias ou Física a partir da experiência no Museu. "Alguns já voltaram ao Museu como bolsistas de Iniciação Científica", afirma a professora. Helen lembra de um aluno em especial, da escola pública da região, que foi bolsista da FACEPE e ficou tão interessado no tema que acabou entrando na Engenharia da Universidade Federal Rural de Pernambuco e hoje é professor. "Ele virou uma referência para a família, de que a ciência pode dar oportunidades", aponta Helen.
O Museu recebe alunos de todo o país, além de visitantes estrangeiros, e oferece atividades lúdicas e interativas, oficinas e palestras.Foto:Divulgação.
E é esse o principal resultado que a professora acredita ter com o Museu. "Nosso papel como professores é fazer com que o aluno aprenda a pensar e refletir. O raciocínio transforma o cidadão", finaliza.
Apesar de fechado devido às restrições necessárias ao enfrentamento da pandemia da COVI-19, para comemorar os 10 anos de existência e divulgar suas atividades, o Museu de Ciências Nucleares produziu um vídeo para apresentar sua história.
Assista aqui ao vídeo.
Saiba mais sobre o Museu em http://museunuclear.com/